Agentes do Centro Socioeducativo de Rondonópolis se reuniram com autoridades, na tarde deste sábado (17/03), para pedir suporte para continuar com as atividades, pois além de falta de estrutura os trabalhadores são ameaçados de morte.
De acordo com agentes, os adolescentes da unidade são muito violentes e frequentemente ameaçam os servidores e alguns já foram até feridos com pedaço de ferro. Além da ameaça de morte, que preocupa alguns trabalhadores, pois sabem que se os adolescentes tiverem oportunidade cumprirão a promessa, existem as ofensas pessoais que enfrentam diariamente. “Entro em pânico, tenho ânsia de vomito e pressão alterada quando sei que estarei de plantão”, relatou um dos servidores que necessita de acompanhamento psicológico para desempenhar as atividades.
Outro agente, que já foi chuchado por um dos adolescentes, afirma que não sabe se retornará para a casa depois do trabalho, pois diferente dos reeducandos do presídio Major Eldo de Sá Corrêa ‘Mata Grande’, os jovens do Centro Socioeducativo são muito mais agressivos, por responderem por infração e não por crime, e em geral permanecem na unidade aproximadamente seis meses.
Na reunião os agentes cobraram também o corpo de guarda da Polícia Militar, pois além de não possuírem nenhum tipo de equipamento para contenção de violência não existe efetivo policial no local para dar suporte de segurança aos agentes. “Trabalhamos sem nada para nos defendermos, apenas com a coragem. A PM nos atende, quando solicitada, mas até uma guarnição se desloque ao local, pode ser um tempo crucial para na vida de algum agente”.
Se não bastasse a falta de segurança e ameaça constante existe a agravante que é a falta de condições para atender aos adolescentes, como por exemplo, a iluminação precária, falta de alimentação, materiais para higiene pessoal e de limpeza, o esgoto que está a céu aberto e o mata praticamente toma conta do local. Além dessas reivindicações os agentes solicitaram também um curso de capacitação, para poderem lidar com a situação.
Na ocasião foi relatado que os adolescente aproveitam a má condição do prédio e arrancam vigas de ferro das paredes e preparam objetos perfurantes para agredir os agentes.
O deputado estadual, Ondanir Bortolini – Nininho (PR/MT) se comprometeu em procurar o Governador Silval Barbosa para que seja tomada alguma providencia com urgência, antes que ocorra uma fatalidade no local. E também tentará viabilizar recursos para que sejam realizados os reparos necessários no local, para que os agentes possam trabalhar com um pouco mais de segurança.
Nininho enfatizou que é preciso priorizar os problemas a serem resolvidos, principalmente na questão da segurança e saúde, e que o Centro Socioeducativo de Rondonópolis precisa da atendo do Governador.
O presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da Grande Vila Aurora, Roberio Libanio Duarte, afirmou que a situação necessita de providência urgentemente e irá buscar apoio do Ministério Público para que possa intervir no problema.
Participaram da reunião os presidentes dos demais Consegs, representante da Polícia Militar, Conselho Municipal de Segurança, Conselho Tutelar, Conselho Antidrogas e o deputado Federal, Cabo Juliano Rabello.
Hoje o centro socioeducativo atende entre 25 e 28 adolescentes pela prática de tráfico, estupro, homicídio. Os plantões contam com uma média de seis agentes.