Os médicos da rede municipal de saúde de Cuiabá decidiram suspender temporariamente a paralisação iniciada na última segunda-feira (6) e retomaram o trabalho nesta quinta-feira (9), após uma reunião entre o desembargador Carlos Alberto Alves Rocha e representantes do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso, que propôs novas negociações com os gestores municipais e estaduais em favor das reivindicações da categoria.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Elza Queiroz, uma nova assembleia foi marcada para esta sexta-feira (10), para que os médicos decidam sobre a continuidade da greve.
Segundo ela, 789 médicos aderiram ao movimento, que paralisou 70% dos atendimentos no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, cinco policlínicas, 20 unidades de saúde e 65 Postos de Saúde da Família (PSF). “Nesta quinta-feira, notificamos os médicos para retornarem às atividades e esperamos que o retorno seja definitivo nos próximos dias, dependendo do avanço nas negociações”, afirmou Queiroz.
Os médicos da rede pública de saúde reivindicam, dentre outras pautas, a melhoria nas condições de trabalho, na estrutura física de trabalho, como limpeza e segurança, cumprimento do acordo coletivo firmado em 2009, realização de concurso público para preenchimento das vagas na rede municipal, atualmente ocupada por funcionários temporários, e implantação do adicional de 40% de insalubridade nos vencimentos.
O Tribunal de Justiça suspendeu desde a última terça-feira (6) a greve dos médicos da rede pública de saúde de Cuiabá um dia após o início da paralisação. De acordo com a decisão do desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, a continuidade da greve poderia afetar a população. “O serviço de saúde é essencial e a sua interrupção ou redução implica na possibilidade de vidas serem atingidas”, ressaltou. A Justiça fixou multa de R$ 10 mil a cada dia que a decisão for descumprida.