A Polícia Civil infirmou, neste sábado (17) que o pedreiro João Gonçalo de Campos, de 53 anos, foi assassinado num dos tanques da Fazenda São João, pertencente ao ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro e arrendada para um grupo que industrializa peixes. A propriedade está localizada às margens da BR-163, a 10 km do Trevo do Lagarto, em Várzea Grande.
O laudo de necropsia aponta uma grande quantidade de areia nos pulmões de Campos, segundo policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O corpo do pedreiro foi localizado na manhã de sexta-feira (16), após desaparecer na quarta-feira à noite, no mesmo local.
Segundo o delegado João Bosco de Barros, responsável pelas investigações, o laudo indica que o pedreiro foi afogado. A presença de areia nos pulmões é a prova, segundo o policial.
“Não havia sinais de tiros, e nem precisava. Temos as provas cabais de que se trata de uma assassinato. A próxima etapa é localizar os autores”, disse João Bosco.
Na quarta-feira à noite, o pedreiro, o irmão Jucinei e o amigo por nome Santana foram pescar num dos tanques da fazenda, após invadirem a fazenda. Por volta das 20 horas, eles foram cercados por dois supostos seguranças armados com escopetas. Eles apontaram as armas para os três pescadores e ainda deram dois tiros, que, no entanto, não acertaram os pescadores.
Segundo Jucinei, ele e Santana ficaram parados, mas João correu em direção ao mato e os seguranças foram atrás. “Então, a gente correu para o outro lado. Não demorou muito e ouvimos mais dois tiros”, relatou Jucinei. Os três são moradores no bairro Jardim Glória II, em Várzea Grande.
Na quinta-feira, Jucinei e outros dois irmãos foram até a fazenda ,em busca de notícias do irmão, mas não obtiveram resposta. “Ainda conversei com o gerente e ninguém me disse nada. Voltamos no mesmo local e nada”, contou, na DHPP.
Nesta sexta-feira de manhã, Jucinei e outros irmãos procuraram a DHPP, para registrar queixa de desaparecimento.
“No momento do registro, fomos informados da localização do corpo boiando”, explicou o delegado João Bosco de Barros.
O gerente dos tanques de peixe da empresa que arrendou parte da fazenda informou que o local não temi seguranças.
“Nossos tanques são terceirizados, arrendados da fazenda, que é imensa e tem criação de gados, por outras pessoas”, disse. Ele disse que, ao ver o cadáver boiando, acionou a Polícia.
O delegado João Bosco, no entanto, acredita que a fazenda tenha seguranças, como ocorreu em março de 2004, quando quatro pessoas que estavam pescando também foram executadas a tiros.