Dez mil pessoas se reúnem durante um protesto em Phnom Penh, no Camboja, neste domingo (9). Segundo os manifestantes, o protesto é direcionado ao Kem Sokha, vice-presidente do Grupo de Resgate Nacional Camboja (CNRP), que afirmou que a prisão de Tuol Sleng não foi obra da organização Khmer Vermelho, mas sim uma invenção de insavores vietnamitas que derrubaram o regime na época, informou a agência de notícias France Presse.
O regime do Khmer Vermelho matou um quarto da população do Camboja em menos de quatro anos (1975-1979), esvaziando as cidades, suprimindo a moeda, a religião, a educação e afundando a sociedade no terror e na paranoia.
O povo cambojano saiu às ruas neste domingo levando fotos das vítimas do Khmer Vermelho, indignado com a declaração. Chum Mey, um sobrevivente da prisão de Tuol Sleng, criada na época do genocídio, também participa da manifestação e conta sua versão à imprensa local sobre o regime daquela época, segundo a AFP.
Khmer Vermelho
O chefe torturador do Khmer Vermelho, Kaing Guek Eav, conhecido como Duch, foi o primeiro acusado a ser julgado sozinho e condenado em 2012 à prisão perpétua por sua responsabilidade na morte de cerca de 16 mil pessoas no centro de detenção e torturas de Tuol Sleng, em Phnom Penh.
O Khmer Vermelho governou o Camboja a partir de 1975 com o objetivo de instaurar um regime socialista rural de orientação maoísta, mas foi derrotado pelo Exército vietnamita em 1979
O chefe supremo do Khmer Vermelho, Pol Pot, morreu em 1998 na selva do norte do Camboja, onde dirigia a guerrilha maoísta.