O 14º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, realizado na Câmara dos Deputados pela Comissão de Viação e Transportes e a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, destacou principalmente as péssimas condições das rodovias, a burocracia na liberação das concessões e a insegurança de caminhoneiros e empresários.
O presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog), deputado Wellington Fagundes (PR-MT) presidiu a abertura do evento alertando para os entraves ao desenvolvimento de Mato Grosso. Fagundes culpa a falta de logística como um ponto principal do processo de perda dos produtos armazenados. “Essa é a compreensão de todos nós, o gargalo do Brasil é a logística e o armazenamento principalmente nas regiões produtoras. Às vezes a gente vê pilhas de produtos armazenados a céu aberto, e isso causa prejuízo para o país”.
O diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Jorge Bastos, assegurou que o governo já está fazendo a sua parte. “No ano passado nós tivemos cinco concessões feitas com sucesso. No Mato Grosso nós tivemos sucesso grande na BR 163, que foi concedida e que a concessionária já está trabalhando em cima para melhoria da logística de cargas“, amenizou.
Parceira na organização do seminário, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC) disse estar satisfeita com o sistema de concessões do Governo para a BR 163, uma das principais rodovias para o escoamento da produção do Centro-Oeste. Segundo o presidente da associação, José Hélio Fernandes, “o Centro-Oeste, nesse pacote, foi bastante beneficiado e esses investimentos serão de grande importância para nossa região. Eu sou de Goiás e acho que chegou em boa hora, é aquela história, antes tarde do que nunca. Esperamos que as concessionárias realmente invistam de acordo com o cronograma, com aquilo que foi pactuado”.
Insegurança
O empresário mato-grossense dos transportes, Roberto Mira, dono de um dos maiores volumes de carga que abastecem o Centro-Oeste do Brasil, falou sobre a insegurança atual nas estradas com relação ao roubo de cargas, o que ele atribui à falta de comunicação entre as polícias e as brandas punições da justiça nos Estados. “Havendo mais punibilidade, mais repressão em cima do roubo de carga e a ação mais forte da polícia dentro dos estados, resolveremos parte do problema”, assentiu.