Ao contrário do que aconteceu no ano passado, 2015 começou com ritmo fraco de vendas de veículos. Houve retração de 21,6% nos emplacamentos da primeira quinzena de janeiro. Foram licenciadas 123 mil unidades entre leves e pesados nos primeiros 10 dias úteis do ano. Os dados são de acordo com o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Em Rondonópolis não é diferente, o ano também começou com queda nas vendas.
Em comparação com a primeira quinzena de janeiro em 2014, foram vendidos 157 mil carros no país. A queda profunda acontece sobre base de comparação forte, já que em janeiro do ano passado o setor alcançou a melhor marca histórica de vendas, com 312,6 mil veículos.
O gerente de uma das concessionárias de Rondonópolis, Rogério da Silva Moraes, explica que o principal motivo está relacionado às férias coletivas das fábricas de veículos. “A baixa produção de automóveis gera a redução de atacado. Se tivéssemos mais veículos, as vendas seriam maiores” explica o gerente.
Durante todo o ano de 2014 a empresa comercializou 1400 veículos. Só em dezembro foram vendidos 138 carros. Já no mês de janeiro (2015) devido os recessos das fábricas, a empresa fechou o mês com 85 carros vendidos.
Ainda conforme Rogério, em relação ao exercício 2013 x 2014 a concessionária teve um crescimento de 15% nas vendas.
MATO GROSSO
Em Mato Grosso – MT, a crise no mercado de venda de veículos atingiu duas das maiores concessionárias do Estado, com queda de até 12% nas vendas segundo Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de Mato Grosso (Fenabrave-MT).
A Ariel Automóveis Várzea Grande e Trescinco Distribuidora de Automóveis, empresas distintas que representam a revenda Volkswagen no Estado, entraram com pedido de recuperação judicial. A primeira na 4ª Comarca da Vara Cível de Várzea Grande, e a segunda na 1ª Vara Cível de Cuiabá. No total o passivo da Trescinco chega a R$ 58 milhões e do Grupo Ariel R$ 28 milhões.
Segundo o especialista e advogado que conduz o processo de recuperação judicial, Euclides Ribeiro Junior, as ações de recuperação foram pedidas à justiça separadamente.
Ribeiro explica que desde o período de 2011 em diante, o setor vem sofrendo no plano nacional dificuldades econômicas crescentes, como a redução das margens de venda, pouco capital de giro, atrelados ao pouco crescimento da economia brasileira, crise mundial, alta carga tributária e elevadas taxas de juros.
Com esse cenário, as empresas foram obrigadas a emprestar dinheiro caro no mercado com taxas próximas de 10% ao mês, o que estrangulou completamente todo o seu planejamento financeiro.