“É só isso… Não tem mais jeito… Acabou, boa sorte…”¹ Terminar um relacionamento não é tão simples quanto a letra dessa música, ainda mais quando há filhos ou bens envolvidos. Passar por uma separação há sempre tensão, sofrimento e lágrimas. Embora hoje as leis facilitem o processo e as pessoas aceitem com mais naturalidade, essa questão ainda é muito dolorosa.
O sentimento é um tipo de ação como ver e ouvir. Posso ver um lenço de seda assim como posso senti-lo. Em outras palavras temos maneiras diferentes de sentir e perceber o que acontece a nossa volta. Cada pessoa vai se desenvolver individualmente uma percepção peculiar da vida, a partir de sua genética, sua ontogênese e sua cultura. O que faz o ser humano tão único.
Olhando por esse prisma fica complicado encontrar alguém que seja parecido com a gente, que tenha os mesmos gostos, a mesma forma de encarar a vida, mas aí está a beleza disso tudo! Talvez se encararmos as diferenças não como uma ofensa, mas como algo que vai nos acrescentar, é possível tornar um relacionamento mais leve e mais duradouro. A questão é qual dos lados vai ter que ceder para resolver o conflito.
De acordo com Silva e Vandenberghe (2009) “A terapia comportamental tradicional de casal surgiu na tentativa de aplicar a análise comportamental em intervenções com casais.”(38)² No início teve como base as trocas positivas entre o casal, providenciando alívio no sofrimento causado por um problema específico. Todavia, trocas positivas podem produzir mudanças rápidas, mas passageiras enquanto mudanças duradouras são produzidas por dois outros grupos de técnicas comuns na terapia comportamental de casal, sendo o treino de comunicação e o de solução de problemas.
Portanto as principais mudanças ocorrerão a partir de uma conversa produtiva e direcionada para resolver os problemas que estão afetando a vida do casal, ter um terapeuta como mediador é fundamental para o bom andamento da conciliação.
¹ Boa Sorte – Música gravada pela cantora Vanessa da Mata.
²Silva, L. P.; Vandenderghe. L. (2009) Comunicação versus resolução de problemas numa sessão única de terapia comportamental de casal. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. v. XI, Campinas –SP. p.37-51.