Moradores dos bairros Belo Horizonte, Morada do Parati, Jardim Novo Horizonte e Cidade Salmen, reuniram com a secretária municipal de saúde, Marildes Ferreira, na noite desta sexta-feira (17), no salão da Santa Terezinha, em Rondonópolis, para discutir a construção de uma unidade 24h do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps). Contudo, os moradores não aprovaram a realização da obra.
A reunião contou com a presença dos vereadores Adonias Fernandes e Jailton do Pesque Pague e de cerca de 50 moradores. Inicialmente, a secretária explicou como funciona o CAPS, quais os benefícios da construção de mais uma unidade para o município e fez um apelo ao moradores para que apoiasse o projeto.
Conforme informações da secretaria Marildes, Rondonópolis foi a única cidade de Mato Grosso selecionada pelo Ministério da Saúde para receber os recursos para a construção do CAPS. A prefeitura encaminhou um dossiê da cidade e foi contemplada com recursos de R$ 2 milhões. “Primeiramente foi aprovado um terreno no bairro Buriti, mas a população daquela região não aceitou a construção do CAPS no local” explicou a secretária.
Ainda segundo a secretária, após pesquisar vários áreas foi feita a escolha do Jardim Novo Horizonte onde há um terreno que seria atenderia os critérios do Ministério da Saúde, em especialmente a questão de acessibilidade. “Nós não temos outra saída, ou construímos aqui ou temos que devolver os R$ 2 milhões da obra,” explicou.
Moradores
A presidente de bairro, Guiomar Rossani, explicou que os moradores ficaram revoltados ao saber que no espaço que seria destinado para área de lazer seria construído o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, bem como relataram que outras áreas atenderia os critérios estipulados para a construção do CAPS.
Os moradores relataram que foram pegos de surpresa e que não vão aceitar a construção do CAPS no local. “Ninguém aqui quer o CAPs funcionando onde era para ser a área de lazer do bairro. Não estamos questionando os benefícios do projeto, mas os moradores aqui não estão satisfeitos com essa obra,” relatou um morador.
Outros se mostraram preocupados com relação a violência. “Qual a garantia que o poder público nos dá que a violência não vai vir para este bairro, que não seremos vítimas de assalto,” questionou outro morador.
Vereadores
Os vereadores Adonias Fernandes e Jailton relataram que entendem a importância do CAPS, mas acreditam que isso deveria ter sido discutido anteriormente com os moradores locais.
“Os moradores cobraram e a população queria ser ouvida, marcamos essa reunião, mas na realidade essa conversa teria que ter ocorrido antes da construção da obra. Acredito que deveriam ter escolhido outro local para a construção do CAPS,” disse Adonias Fernandes.
“Eu acredito que deveriam ter feito uma discussão com os moradores primeiro a repeito da construção e o que eu questiono é por que não construir no local do projeto original?”, indagou o vereador Jailton.
Secretária
Ao fim da reunião, a secretaria Marildes relatou que ainda irá tentar com o Ministério da Saúde trocar a área de construção do CAPS. “Irei em uma reunião no dia 28 de abril em Brasília, vou ver se eles me autorizam a trocar o terreno, se não, teremos que devolver o dinheiro”, finalizou a secretária.