A Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso (Seduc), está apurando denúncias contra a diretora da Escola Estadual Adolfo Augusto de Morais, em Rondonópolis, Cilene Cristina Puzzi. As investigações que estão apenas no início podem revelar um escândalo contra a gestora e empresários rondonopolitanos, nas denúncias entregue à Seduc a escola já acumula uma dívida que ultrapassa a casa dos R$ 120 mil e teria beneficiado principalmente a diretora.
Parte do esquema pode ter sido montado com notas fiscais de compras em papelarias, supermercados, panificadora, associações e cooperativas. Na denúncia entregue a Seduc existe uma gravação, onde segundo a fonte pode ser comprovado o esquema das notas ficais.
As denúncias surgiram em março deste ano, após a troca de membros do Conselho Deliberativo interno da instituição, que antes, segundo a denúncia entregue a Seduc, era inoperante e dava ‘carta branca’ para a gestora. A fonte do AGORA MT ligada a escola, revelou que após a atuação rígida do atual Conselho, a diretora teria pedido o afastamento de um dos membros como forma de represália. “Antes a tesouraria dava cheques em branco para ela e ela fazia o que bem entendia sem prestar contas”, denunciou a fonte.
Além disso, a administradora do colégio também foi denunciada por não cumprir horário na instituição e de coagir colegas de trabalho.
DOCUMENTOS
A reportagem do Site AGORA MT teve acesso com exclusividade ao documento enviado a Seduc, onde todos os problemas enfrentados na escola, alguns já citados nesta reportagem, são detalhadamente relatados. De acordo com um trecho, desde 2013, a gestora não presta contas dos gastos da instituição, época em que ainda era presidente do Conselho Deliberativo.
Outro ponto questionado no documento entregue a Seduc, seria um suposto esquema de nota fiscal ‘montada’. A suposta tática utilizada pela gestora, teria sido desmascarada em uma gravação feita com um empresário no ramo de papelaria, Edson Robson Alves Ferreira, que ao comparecer na escola para cobrar uma dívida da instituição, desde o ano de 2014, com a sua empresa de R$ 15 mil acabou revelando como estaria agindo a diretora.
Ele teria revelado a coordenadores da escola, que Cilene teria comprado bolsas femininas, malas de viagens (itens de uso pessoal) em sua loja e que depois ele ‘montava’ a nota fiscal colocando como se tivesse sido comprado itens de consumo para a escola. Ainda de acordo com o áudio gravado na escola, em que a fonte do AGORA MT afirma ser a voz de Edson Ferreira, ele firmou compromisso de que não praticaria mais esse tipo de esquema, já que tinha medo de ir preso.
Confira o áudio com trecho, onde supostamente o empresário confirma o esquema:
INVESTIGAÇÃO
No mês passado, duas Técnicas de Gestão da Secretaria Estadual de Educação estiveram em Rondonópolis para começar a apurar as denúncias. As técnicas permaneceram por uma semana interrogando funcionários da escola, depois retornaram à Cuiabá com um pedido, da Assessoria Pedagógica e do Conselho Deliberativo da Escola, de afastamento da diretora Cilene Cristina Puzzi. Diante do caso, além do afastamento a diretora pode ser alvo de uma sindicância interna da Seduc.
A assessoria de comunicação da Seduc confirmou que as denúncias existem e foram protocoladas, mas ainda não há um parecer sobre o destino da gestora e que os documentos obtidos na ocasião, ainda estão sendo avaliados.
ASSESSORIA PEDAGÓGICA
Procurada pela reportagem, a Assessoria Pedagógica de Rondonópolis também confirmou que denúncias contra a diretora foram entregues. Segundo a assessora, Clecy Machado, que afirmou não pode comentar até uma decisão oficial. “Enquanto a decisão não for publicada em Diário Oficial não podemos se manifestar sobre o assunto”, comentou ela.
OUTRO LADO
Por telefone a diretora Cilene Cristina Puzzi afirmou que todas as denúncias feitas contra ela são mentirosas. E que a Seduc esteve no local para outros motivos.
“Isso não existe, não procede, não estou sabendo de nada e nunca fiz isso”, disse.
Quanto as dívidas, Cilene afirmou que a instituição tem dívidas como todas possuem, mas tem dinheiro na conta para pagar assim que o Conselho puder assinar os cheques.
Apesar de Cilene afirmar que a Seduc esteve na escola para outros fins, um segundo áudio entregue junto com a denúncia, e obtido com exclusividade pelo AGORA MT, a própria diretora revela que alguém teria a denunciado e que por isso as técnicas estariam na instituição. Ouça abaixo:
O empresário Edson Ferreira disse por telefone a reportagem que não tem conhecimento dos fatos e nem do áudio. “Eu não entro na questão prática do dia-a-dia da empresa, minha parte é mais estratégica, viajando, mas eu creio que não tem nada disso não, porque as escolas trabalham com planilha, tudo certinho, não tenho conhecimento disso não. Pra mim isso é intriga de oposição”, alega Edson.