O Brasil vai voltar a exportar carne bovina para China (principal parceiro comercial do país), após um embargo que durou três anos. Nove frigoríficos já estão autorizados a exportar e outros 17 deverão receber o aval até o mês que vem conforme aponta o Ministério da Agricultura. Com a liberação do governo chinês, o bolso do consumidor brasileiro pode ser afetado ainda mais.
A alta do dólar deve estimular os produtores em mandar a carne para fora, já que o retorno será maior. Com isso, a oferta para o mercado interno pode cair. O que chegar à prateleira do supermercado estará com um preço acima do que se encontra hoje.
Economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) acreditam que pelo perfil do mercado externo, a alta de preços pode atingir a carne de segunda.
“Em geral, o Brasil exporta mais carnes ricas em gordura, de segunda. Então, essas carnes podem subir de preço e encostar um pouco na carne de primeira. A carne de segunda também tem seu papel. Ela não é só direcionada para o público de baixa renda, como se imagina. É usada para o preparo de diferentes pratos e tem espaço em qualquer orçamento. Se esse tipo de corte subir de preço, causa o mesmo impacto que a carne de primeira” conclui os economistas.