Atualmente, muitas pessoas recorrem aos procedimentos cirurgicos, como as plásticas, como forma de solucionar possíveis insatisfações com o corpo. E, realmente, em muitos casos a cirurgia plástica é bem vinda e até necessária. Mas quando ela é considerada um procedimento de risco ou então desnecessária? O VilaMulher esclarece algumas dúvidas para você que está pensando em realizar quaisquer plástica: será que você realmente precisa?
De acordo com o cirurgião plástico doutor Daniel Ruffato, existem diversos fatores que levam o especialista a recusar um procedimento. “Todo médico responsável e com ética só confirmará – ou negará – uma cirurgia após preencher uma lista de requisitos do paciente, que envolvem desde a condição física, verificados a partir de exames laboratoriais, assim como aspectos psicológicos”, explica.
Exames alterados
Se o médico responsável encontrar algum exame alterado, como de sangue, urina, cardiológico ou de imagem, o ideal, de acordo com o especialista, é corrigir ou tratar estas alterações para que não haja problemas durante a cirurgia. É importante lembrar que cada tipo de cirurgia plástica possui um risco específico, por isso deve se falar com o médico. “Há riscos de infecção no local, formação de queloide, má cicatrização, ruptura dos pontos, rejeição e caso algum exame esteja alterado nunca devemos realizar a cirurgia pondo em risco a saúde do paciente”, explica.
Riscos
O procedimento só poderá ser realizado quando houver uma correção do problema. Quando há fatores que aumentam o risco do insucesso, não seguro realizar. Doenças circulatórias, pulmonares, distúrbios autoimunes, do colágeno, são contraindicações, assim como diabete descompensada, hipertensão arterial, obesidade e tabagismo.
Idade certa
Segundo o especialista, a plástica não é recomendada até os 16 anos. Seja pelas mudanças que o corpo está passando, como também pela imaturidade que pode estar envolvida na decisão. O desenvolvimento das mamas, por exemplo, só se completa depois dos 16 ou 18 anos. Pacientes muito mais velhos também há riscos: mais chances do corpo não reagir como o previsto. “O risco mais grave e geralmente fatal é o tromboembolismo pulmonar (TEP), relacionado à trombose venosa profunda, quando coágulos sanguíneos chegam ao pulmão”.
Equívocos
Quando a vontade de fazer uma cirurgia é para tentar agradar outra pessoa, como tentar manter um casamento ou achar que terá uma promoção no trabalho, o motivo está errado e o objetivo final pode ser frustrante. A plástica só é válida se for feita para você, não para os outros, e ela não garante esse tipo de solução. O ideal seria o acompanhamento psicológico antes de qualquer procedimento cirúrgico.
Obsessão na perfeição
Se a pessoa só pensa em plástica, se já deixou de sair de casa por vergonha do seu corpo, ou se já fez diversas cirurgias por vaidade, pode ser que o assunto tenha virado uma fixação, o que é um alerta para o médico. “Esta obsessão em corrigir ‘falhas’ acaba levando a uma busca incessante por expectativas que podem não ser atingidas nunca, provocando angústia constante sobre sua imagem. Nestes casos é indicado um acompanhamento psicológico”.
Objetivo real
É importante que o paciente esteja bem ciente de quais resultados deseja com a cirurgia, mas também certo de que não é possível copiar um nariz de uma celebridade, por exemplo. “O paciente não pode ter desejos vagos do que espera da cirurgia, mas precisa saber que cada um tem suas particularidades”, finaliza.