Muitas questões em torno do acidente de trânsito ocorrido na MT-270 na madrugada do último domingo (24) ainda permanecem sem respostas. Na ocasião, duas pessoas vieram a óbito, inclusive uma delas teria sido encontrada no local cerca de 13h após o acidente. Para esclarecer o motivo da vítima Valdir Viana Barbosa, 26 anos, não ter sido localizada e socorrida na mesma ocasião que os outros envolvidos no acidente, a equipe do site AGORA MT procurou o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Nelson Portela, 33 anos.
Segundo Portela, no dia do acidente foram feitos dois chamados, sendo que na 1ª ligação, uma pessoa informava que havia apenas uma vítima. “Na 1ª ligação, a pessoa informou que havia uma vítima que se tratava do motoqueiro que o carro bateu. Nisso a [ambulância] avançada foi deslocada para lá. Nesse intervalo de tempo, uma outra pessoa ligou e informou que eram três vítimas e mandamos a ‘básica’,” informou o coordenador.
De acordo com Nelson, a população é peça fundamental no local do acidente no que tange a informação. “Se a população não ajuda nesse sentido perde o parâmetro, a população precisa passar informação,” informou o coordenador.
Contudo, segundo Portela, não foi informado pelos populares que havia um 3º pedestre que havia sido vítima do acidente. “Foi difícil porque tinha muita gente e aquela complicação toda população na pista. Foi atendido dois pedestres, em nenhum momento foi colocado para nossa equipe que havia um 3º”, narrou o coordenador.
No local do acidente, a equipe de socorro da ambulância avançada entubou o motociclista e encaminhou ao hospital, já a equipe da ‘básica’ socorreu os dois pedestres. “Os técnicos procuraram no local sobre outros feridos, mas não foram informados. A nossa prioridade é chegar no local e socorrer as vítimas o mais breve possível,” destacou o coordenador.
O coordenador ainda afirmou que foram solicitadas a comparecer no local as duas policias, a Militar e a Civil, contudo, até o momento em que estavam no local, ninguém havia chegado. “Foi solicitado, a gente pediu pra que desse apoio. Geralmente quando é esses acidentes assim ‘grandes’, a gente aciona mais pra conter a população ou porque a gente está fazendo um serviço e chega um parente e acaba atrapalhando.” Explicou Portela.
Polícia Civil
A nossa equipe de reportagem procurou o delegado titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito de Rondonópolis (Delatran), Lucídio Rondon para averiguar se a Polícia Civil chegou a comparecer no local do acidente.
Segundo o delegado titular da pasta, tanto a Polícia Militar quanto a Civil não foram notificadas. “Eu soube pelo policial plantonista que tinha uma ocorrência e que não notificaram nem a PM e nem nós, agora vamos estar levantando o que ocorreu,” explicou o delegado.
Nestes casos, segundo o delegado, quem aciona a Polícia Civil é a Militar ou ainda qualquer pessoa. Em virtude de alguns casos, o Samu também acaba solicitando a presença das policias.
De acordo com o delegado será aberto um inquérito para apurar o caso. “Diante da notícia que houve morte e não tem boletim agora tenho que identificar a família, saber o que aconteceu, vou fazer uma ordem de serviço para intimar um familiar. Vou abrir o inquérito já que houve morte e não sabemos a circunstância, buscar saber o que aconteceu, porque não avisou a polícia, porque não foi feito o BO,” explicou Rondon.
A MORTE
O exame de corpo de delito realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) apontou que Valdir morreu em decorrência de um traumatismo craniano. Contudo, só o laudo necroscópico vai confirmar como e porquê a vítima veio a óbito. O resultado deve sair em 10 dias.