O grupo Bom Jesus, uma das maiores empresas do setor de agronegócio de Mato Grosso, espera assinar nos próximos dias um acordo fora do âmbito judicial, conhecido como ‘Standstill’ com os credores e assim evitar que a empresa entre com o pedido de recuperação judicial. Conforme divulgado pelo site Valor Econômico, a dívida da companhia estaria em torno dos R$ 2 bilhões.
Com o acordo firmado com os credores, a empresa busca conseguir congelar as dívidas e organizar um plano para realizar o pagamento dos seus compromissos financeiros. No início do mês houve uma reunião da empresa com os credores, segundo a assessoria da Bom Jesus, houve uma adesão da maioria.
“Há uma discussão com alguns credores para renegociar as dívidas, até passar esse momento de crise. A grande maioria, em torno de 80% dos credores concordaram, mas tem aqueles dissidentes que nas últimas semanas começaram entrar com ações de execução, de arresto e algumas situações de execução do contrato,” explicou a assessoria.
Devido ao ingresso de ações por parte de alguns credores, a empresa decidiu entrar com uma cautelar e conseguir dentro dos 120 dias, o acordo com a maioria deles.
A empresa explica que devido ao momento da crise financeira, da escalada do dólar em relação ao real nos últimos meses e a inadimplência de alguns credores contribuíram para subir a dívida do grupo.
Segundo a assessoria jurídica da empresa, a recuperação judicial não é interesse ao grupo e que é considerada como último caso.
“O grupo está tentando compor, sabe que é uma medida drástica tanto para o mercado como para quem toma como é o caso da empresa. Estamos buscando todos os meios necessários para viabilizar as composições sem necessidade da Recuperação Judicial,” explicou a assessoria.
A Bom Jesus é destaque na agricultura em Mato Grosso, no cultivo de soja, milho e algodão. Com sede em Rondonópolis, a empresa faturou no último ano cerca de R$ 2,3 bilhões. Atualmente, a empresa emprega 4 mil funcionários diretos.
Doação – No último pleito eleitoral a empresa foi uma das doadoras da campanha de Pedro Taques (PSDB) ao Governo de Mato Grosso. Questionado sobre o assunto, a assessoria explicou que não há comparação e que se fosse hoje, em razão do cenário econômico, não haveria chances de fazer a mesma doação. “Se você verificar o volume de faturamento com a doação, é percentualmente muito abaixo, ali não representa um ínfimo percentual em relação a doação. Está tudo dentro da legalidade. Foi uma das contribuições, em relação a situação econômica analisando hoje com certeza não contribuiria com essa quantidade, naquele momento ainda estava em outro cenário,” explicou a assessoria.