Encerraram-se as convenções e, ao menos por ora, já temos os quadros das eleições na maioria dos municípios. Mas, um fator chamou bastante atenção nas eleições deste ano, muitos prefeitos, mesmo tendo a prerrogativa de disputarem a reeleição, optaram por renunciar a este direito não se candidatando novamente. Cito como o caso mais emblemático o de Cuiabá cujo prefeito Mauro Mendes, cotadíssimo a reeleição e liderando as pesquisas de opinião, abriu mão da disputa.
Hoje, a fiscalização, especialmente do Ministério Público e do Tribunal de Contas, tem sido muito rígida, de modo que só com muita sorte é que um prefeito passa ileso durante seu mandato sem receber uma ação de improbidade ou altos valores em multas imposta pelo TCE.
Esta atenção dos órgãos de controle é muita positiva, pois dá um recado aos corruptos de plantão deixando claro que se existirem desvios de verba pública, haverá consequências.
Por outro lado, essa enxurrada de multas e ações acaba retirando da vida pública gestores que tem boa-fé e são honestos e que poderiam contribuir na gestão da “coisa pública”.
Isso acontece porque existe uma espécie de demonização dos políticos, de modo que qualquer ato praticado pelo político é visto como um ato ilegal, o que acaba desaguando em medidas judiciais e condenações em ressarcimento, desestimulando aqueles que são probos, mas acabam engolidos pela burocracia inerente aos órgãos públicos.
Outro fato que tem contribuído para o afastamento tanto dos bons, como dos maus políticos é a cobrança da população em especial pelas redes sociais. Os eleitores em geral, têm contribuído muito para expurgar da vida pública aqueles que desejam lesar os cofres públicos, entretanto, essa cobrança tem atingido também os políticos honestos que acabam por conta dos exageros característicos das redes sociais, desanimando e desistindo da vida pública.
De todo modo, o fato é que vivemos um processo de amadurecimento político e com o tempo vamos evoluir para um momento em que o Ministério Público e os Tribunais de Contas saberão diferenciar os atos de inabilidade dos atos de improbidade ao tempo em que os políticos saberão que roubar patrimônio público trarão consequências.
Em resumo, enquanto passamos por este momento de transição, ser político se torna uma atividade de alto risco. Mas confesso, mesmos havendo pontos negativos, os fatores positivos são maiores, o que leva a crer que teremos dias melhores para todos e quero crer que, ser político ainda compensa.