A cada dia que passa são desenvolvidas novas ferramentas tecnológicas que ajudam as pessoas em suas atividades, inclusive na ortografia. Quem nunca dispôs do verificador automático de ortografia e gramática do Word? Se é certo ou errado os mestres Maraísa Magalhães Arsénio, professora em língua portuguesa e lingüística e o professor filosofia da linguagem, Miguel Edgardo Salgado Espinoza, questionam até que ponto é benéfico o uso desta ferramenta.
Maraísa observa que há uma dicotomia entre homem e máquina, a praticidade oferecida colabora com o comodismo e a falta de reflexão da pessoa que escreve que muitas vezes sem levar em consideração o fato de o sistema ser falho e não usar o termo adequado, em alguma situação.
Outra característica que a mestra pontuou é que estamos na era do minimalismo, se tornou comum a abreviatura das palavras, quanto menos letras melhor, isso criou uma sub-linguagem ou uma segunda linguagem dentro da oficial. E esse hábito pode refletir em um diálogo lacônico, curto, preciso.
Em contrapartida o mestre Miguel Edgardo pondera que esse abuso do uso do computador amplia os problemas já existentes, que são originários da falha na formação ou pequeno interesse pela língua materna, mas que a prática de abreviar exige mais, pois é necessário conhecer as duas formas de escrita, tanto a abreviada como a completa.
Contudo os mestres são unânimes em afirmar que as pessoas têm consciência de qual é a forma adequada a ser escrita, mas o problema está na ocasião em que é aplicada, e recomendam que as pessoas, universitárias ou não, evitem passar muito tempo desnecessário em frente ao computador e adquiram o costume de ler mais, consequentemente aumentando a familiaridade com os símbolos e reduzindo as dúvidas ortográficas.