Mato Grosso vive o reverso do processo migratório que levou a ascensão econômica do estado entre as décadas de 70, 80 e 90. O número de migrantes diminuiu 59% no estado nos últimos cinco anos. De acordo com os dados divulgados na sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2004, foram contabilizadas 192,6 mil pessoas de outros estados que escolheram Mato Grosso para morar. Já em 2009, foram registrados 78,6 mil migrantes.
Por outro lado, mais mato-grossenses estão saindo do estado e procurando novas regiões para viver. No período, houve aumento de 12%, passando de 81 mil para 90,6 mil pessoas. Os dados divulgados pelo IBGE mostram que Mato Grosso está em área de rotatividade migratória, ou seja, têm fluxos de saída e entrada semelhantes.
O levantamento feito entre 1995 e 2000 aponta que aproximadamente dois terços dos migrantes de Mato Grosso vieram de cinco estados: Paraná (17%) Mato Grosso do Sul (13%), Rondônia (12%), São Paulo (12%) e Goiás (11%). Quanto a chegada dos paranaenses, “possivelmente se deve à inércia de fluxos gerados à época da expansão da fronteira agrícola”, afirma o relatório.
A pesquisa ressalta ainda que grande parte do crescimento populacional deve-se aos municípios em que a economia apoia-se no agronegócio e que possuem fronteira agrícola com a presença do cultivo, em larga escala, de produtos como milho, soja e algodão.
O economista Vivaldo Lopes analisa que a inversão do processo migratório do estado ocorre por que a economia do Estado ficou equilibrada. “O motivo que trouxe muitas pessoas para o estado, que é a expansão do agronegócio, já não tem a mesma força hoje como ocorreu nas décadas passadas”.
A consolidação dos produtores de Mato Grosso não permite que haja aumento no fluxo de moradores de outras regiões do país cujo desejo é ingressar também na atividade rural. Para ele, os problemas infraestruturais, com a falta de logística, não desperta tanto interesse para moradores de outros estados. Além disso, conclui que a necessidade de capacitação em áreas inexistentes em Mato Grosso é responsável por elevar a emigração.