Tem apenas 15 anos, 1,52 metro, 45 kg e sobrenome famoso o primeiro brasileiro a cravar uma pole e a vencer uma prova numa categoria da Nascar, a Stock Car americana. Pietro Fittipaldi, neto de Emerson, venceu a corrida da Late Model, divisão da Whelen All American Series, no último domingo (confira as imagens no vídeo ao lado), e não quer parar por aí: o mais novo talento do clã Fittipaldi já sonha com o título deste ano.
– Muito legal fazer a pole e vencer. Sei que tenho um bom carro e que posso ganhar o campeonato – afirmou Pietro, piloto número 90, que está em terceiro na classificação, a apenas 14 pontos do líder Tyler Church, faltando nove etapas para o fim da temporada.
Para quem sonha em ver mais um Fittipaldi na Fórmula 1, pode esquecer. Pietro curte, sim, a categoria onde o avô sagrou-se bicampeão e por onde também passaram o tio-avô Wilson e o primo Christian. Mas foi acompanhando o ‘tio’ Massimiliano Papis pelos ovais americanos, que Pietro teve a certeza do que queria. O italiano, chamado de Mad Max, é casado com Tatiana Fittipaldi, filha de Emerson, e um dos pilotos mais carismáticos da Nascar.
– Gosto de pilotar num oval lado a lado com outros carros. Além disso, a Nascar é mais competitiva, com mais equipes brigando por vitórias e pelo campeonato do que na Fórmula 1 – analisa.
E a sequência da carreira já está bem pensada: em no máximo três anos, Pietro quer chegar à Truck Series ou à Nationwide Series para, em até cinco anos, sentar num cockpit da Sprint Cup, a principal categoria da Nascar. Mas ele é exigente: nada de equipe ruim.
– Quero chegar à Cup até os 20 anos e correr por uma equipe boa, para brigar por vitórias.
O primeiro kart aos cinco anos
Pietro nasceu em Miami, é filho de Carlos da Cruz e Juliana Fittipaldi, filha de Emerson. Hoje, a família mora na Carolina do Norte para o jovem piloto ficar mais perto da equipe e da pista onde disputa as 24 etapas do campeonato, no Hickory Motor Speedway, em Charlotte. A paixão pelo automobilismo vem, claro, de berço, mas foi aos cinco anos, quando ganhou um kart, que tudo começou efetivamente.
– Ninguém na família me forçou a correr, não tem pressão em casa. Eu que pedi o kart de presente – faz questão de frisar.
A voz de Pietro ainda é juvenil, mas as palavras são firmes e educadas, de quem sabe o que está falando. Hoje, ele acelera de igual para igual com pilotos muito mais velhos. Tiveram até que adaptar pedais e volante, e fazer um banco especial para ele.
– Correr com os mais velhos de 40, 50 anos, que pilotam há 15, 20 anos, é bom para eu ganhar experiência. Se eles ficam bravos de perder para um piloto muito mais novo? Não sei, acho que sim (risos) – finalizou, com a franqueza dos jovens.