A segunda audiência pública promovida pela Câmara Municipal para debater a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, para o ano de 2012, realizada nesta segunda-feira (18), foi marcada pela ausência da população. Apenas cinco pessoas participaram da discussão que teve o salão paroquial da Igreja São José Operário, na Grande Vila Operária, como cenário. O presidente da Comissão Legislativa de Finanças e Orçamentos, vereador Adonias Fernandes (PMDB) enfatizou a importância da participação popular na construção do orçamento, mas considerou o veto a grande parte das emendas como fator que influencia diretamente o compromisso da sociedade. “Sabemos que a derrubada das emendas influencia na participação da população, mas seria interessante colher os anseios para tentar mudar a realidade dos bairros”.
A presidente do Jardim Rivera e diretora da URAMB, Nilza Maria também comentou a ausência da população no ato. “Há 34 anos fazemos reivindicações em prol ao Rivera. Há 34 anos esperamos a chegada do asfalto para dar mais qualidade de vida aos moradores e mesmo passado tanto tempo sem sermos atendidos, não podemos parar de reivindicar. Pedir, solicitar é papel do comunitário. Uma boa liderança não pode cansar de pedir. Não temos o poder de realizar, temos que exercer o direito de pedir”, ponderou.
Para o vereador Milton Gomes da Costa, o Miltão (PMDB), as emendas devem ser trabalhadas de forma mais objetiva, para não retaliar o orçamento e impedir sua aprovação. “Eu penso que quanto mais simples e direta as emendas forem realizadas, teremos mais sucesso na aprovação. Temos que direcionar para os setores como educação e saúde”.
Morador da Vila Operária, o vereador Lourisvaldo Manoel de Oliveira – Fulô (PMDB) fez uma leitura do ato. Segundo Fulô, os vereadores são cobrados diariamente pela população de obras e recursos para suas regiões, e essas mesmas pessoas desprezam oportunidades como essas audiências para registrar em público todos os pedidos.
“O povo cobra, mas não participa. Talvez porque eles pensam que com o voto já nos conferiu o direito de decidir por eles e se for assim não estão errados. Mas a presença nesse momento é essencial para definir se o asfalto é mais importante que o PSF ou se a necessidade da região é outra”.
Os vereadores Ananias Filho, Cido Silva e Reginaldo de Souza Santos também participaram da audiência.
A discussão em torno da LDO continua na próxima sexta-feira (22) na terceira e última audiência sobre o tema, a partir das 19h, na Câmara Municipal.
APOIO –
O presidente do Movimento dos Trabalhadores Acampados (MTA), Daniel Fernandes dos Reis, participou do ato para pedir o apoio da Câmara para disponibilização de recursos para a reforma agrária. Segundo o líder do movimento, de forma arbitrária, 500 famílias foram retiradas da Rodovia do Peixe e colocadas em uma área imprópria para moradia, piorando ainda mais as condições de vida.
Daniel pede que parte dos recursos da Secretaria de Agricultura seja remanejado para a Secretaria de Governo, para que em situações como a vivenciada por eles, possam ser resolvidas mais rápido.
Os integrantes do MTA reivindicam um espaço para ter uma vida econômica sustentável junto a suas famílias.