Cerca de 150 alunos da educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Air Addor, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, ficaram sem aula nesta segunda-feira (11/07) porque a prefeitura não pagou o aluguel do prédio, localizado no bairro Ouro Verde. A secretária de Educação do município, Zilda Pereira Leite de Campos, confirmou o débito. Ela explicou, porém, que a falta de pagamento ocorreu pelas constantes trocas de prefeitos na cidade. Neste ano, três prefeitos se revezaram no comando do município.
O dono do imóvel, Aparecido Barradas, informou que a administração municipal não tem pago o aluguel, fixado em R$ 3 mil, desde o mês de fevereiro deste ano. Ele conta que tentou negociar com a prefeitura, mas não houve avanço. “Eles ficam sempre prorrogando. E assim já vão seis meses”, comentou Barradas.
De acordo com a diretora da escola, Loraci Maria de Campos, a preocupação maior é com as crianças, que já ficaram sem aula durante os 23 dias da greve dos professores, e agora podem ter o aprendizado mais afetado. “Iremos trabalhar também aos sábados e os alunos podem ser prejudicados”, comentou a diretora.
Outro lado
A secretária de Educação municipal comentou que ao menos 11 escolas precisam de salas alugadas para aumentar o espaço destinado aos estudantes. Ela explica que neste ano por questões burocráticas envolvendo as constantes trocas de prefeitos em Várzea Grande, nenhum contrato novo de aluguel foi assinado.
Loraci Campos disse que sem a assinatura dos documentos a verba para o pagamento das escolas não foi liberado. Sobre o caso específico da Escola Air Addor, ela afirma que espera pagar a dívida para conseguir um acordo amigável para o retorno das aulas. Ela quer o retorno imediato das aulas e o proprietário quer o pagamento do débito.
Troca de comando
O primeiro semestre foi marcado por uma instabilidade política em Várzea Grande. No dia 2 de março, Murilo Domingos e o vice Sebastião Gonçalves, ambos do PR, foram afastados do cargo por suspeitas de irregularidades na administração municipal. O presidente da Câmara, João Madureira, então assumiu o comando da prefeitura.
Em 14 de abril a situação ficou ainda mais confusa. A prefeitura teve três pessoas ocupando o cargo de prefeito no mesmo dia, por conta de decisões judicias sequenciais. Um dia depois, Sebastião Gonçalves foi empossado prefeito. Mas uma nova decisão judicial no mês de abril devolveu o cargo a Murilo Domingos, que permanece até hoje.