Mato Grosso registra um aumento de 136% na instalação de cooperativas, em 1989 o Estado possuía 75 empresas, 20 anos depois esse número chegou a 177 cooperativas, o que refletiu no aumento de 1.052%, na quantidade de pessoas que sobrevivem do sistema para aumentar a renda familiar.
Segundo o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (OCB-MT), chegam a 230.235 cooperados e colaboradores, ante 19.978 registrados em 1989. Mas a importância do cooperativismo na economia mato-grossense vai além das famílias que dependem do trabalho cooperado para sobreviver.
O segmento é responsável por 50% da produção rural mato-grossense. “Isso quer dizer que, de tudo o que é produzido no estado a metade vem das cooperativas”, conta o presidente da OCB-MT, Onofre Cezário de Souza Filho.
Além disso, em Mato Grosso, 90% da produção de algodão passou pelas cooperativas e metade da produção de leite está nas mãos de cooperados. Conforme Cezário, os segmentos do agronegócio, crédito e saúde concentram o maior número de colaboradores. Mas a tendência é que no turismo, habitação e no setor mineral sejam criados novas cooperativas.
O presidente da OCB Nacional, Márcio Lopes de Freitas, acrescenta ainda que o cooperativismo exercita a força social e o fomento da renda de produtores que talvez sozinhos não teriam condições de comercialização a produção. “O setor movimenta cerca de R$ 10 bilhões por ano em 13 atividades econômicas e projeta crescimentos expressivos para os próximos anos”. Em Terra Nova do Norte um grupo de produtores comemoram a ascensão econômica pela criação, há cerca de 20 anos, de uma cooperativa rural.
O presidente da Cooperativa Agropecuaria Mista Terranova (Coopernova-MT), Daniel Robson Silva, conta que a empresa é composta por famílias de oito municípios mato-grossenses, totalizando 2,5 mil cooperados. Ele explica que no início a cooperativa trabalhava com a comercialização de grãos, mas que hoje o foco é para a produção de leite (130 mil litros de leite/dia) e frutas (2,5 mil toneladas de frutas e poupas/ano).
A produção abastece os mercados do Sudeste brasileiro, como São Paulo. A iniciativa deu certo e com idéia de novos negócios, o grupo pretende ainda criar e comercializar ovelhas, com uma produção de 200 animais dia. “Devemos atuar, ainda neste ano, com a ovinocultura”. O investimento está avaliado em R$ 1,5 milhão.