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COMANDANTE REGIONAL

Entrevista: “Ser Bombeiro é um sacerdócio…”

Fonte: MÍRIAM TRENTO
VIA

O comandante Regional do Corpo de Bombeiros de Rondonópolis, coronel Vanderlei Bonoto Cante iniciou a carreira há 17 anos, só na corporação de Rondonópolis está desde 2004. Nas folgas o comandante gosta de praticar esportes e desde criança se dedica a leitura. Bonoto vive na cidade com a esposa e tem como projetos futuros atuar como advogado.

– O que te levou a escolher essa profissão?

Ser Bombeiro é um sacerdócio e foi essa questão de fazer o bem que me fez escolher a profissão, isso está acima do salário, todo mundo procura ter uma profissão de sucesso e que lhe proporcione uma boa condição de vida, mas tem coisas que estão acima disso e ser Bombeiro é exatamente isso fazer o bem para as pessoas e isso não tem preço. Quando se salva uma vida não há preço, porque não podemos quantificar uma vida, isso que me fez estar na corporação há 17 anos.

– Nessa profissão você teve mais satisfações ou decepções?

Pelo meu histórico, pela infância difícil e pela falta de perspectiva de futuro, hoje, eu sou um vitorioso. Atualmente sou Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros, mas se eu fosse o soldado que é a primeiro posto eu já estaria contente, porque só tenho satisfações todos os dias pela realização profissional.

– Qual a sua avaliação a frente da Regional?

Nós percebemos que Rondonópolis é uma cidade que evolui muito rapidamente e o Estado tem muita dificuldade de acompanhar essa evolução da sociedade. O Batalhão tem tentado acompanhar esse desenvolvimento, quando chegamos aqui na cidade implantamos o sistema Samu que virou referência no Brasil, elaboramos eventos sociais para atender as crianças de nossa cidade. Agora temos o projeto de levar a sede do 3º Batalhão para o outro lado da cidade que é uma necessidade devido ao tamanho de Rondonópolis, também temos que pensar no nosso aeroporto como uma alternativa para a Copa do Mundo e uma unidade do Corpo de Bombeiros no Terminal Ferroviário.

– As instalações da corporação são adequadas?

Não são adequadas, mas estamos melhorando deixando a sede do comando regional aqui na Vila Operária e levando o comando do batalhão para a região Salmen e também expandindo o batalhão para vários pontos da cidade, além disso, como comando regional tenho que pensar nas outras cidades. Estamos trabalhando a implantação do Corpo de Bombeiros em Alto Araguaia e Alto Taquari e também é preciso melhorar os outros que já existem.

– Como a população recebe o serviço prestado pelos Bombeiros?

Nós temos uma grande credibilidade com a população, hoje enfrentamos alguns problemas, recebemos reclamações, mas as críticas são melhores do que os elogios porque na maioria das vezes são reclamações construtivas, podendo direcionar a nossa forma de administrar, mas a população entende o nosso trabalho. Nós temos um problema sério com o atendimento de ocorrência principalmente pelo excesso de acidentes que temos em nossa região, todos os dias principalmente nos finais de semana as nossas viaturas não param, momento em que as pessoas ligam e nos temos dificuldade em atender porque todas as viaturas estão em ocorrências. Temos uma boa visão da população, mas entendemos que precisamos melhorar esse atendimento diminuindo os acidentes de trânsito.

– O trânsito seria o maior problema de Rondonópolis?

O problema da violência no trânsito é mundial e em Rondonópolis não é diferente. Quando ocorre um homicídio, há uma comoção da sociedade que exige das autoridades providências, mas eu tenho certeza pelas estatísticas que  o maior número de mortes ocorre no trânsito, o grande vilão que ceifa vidas todos os dias em nossa cidade e região é o trânsito, então precisamos sim focar nele.

– Quais os benefícios que a população tem com o recolhimento da taxa de incêndio?

A taxa de incêndio é fundamental para a sobrevivência do Corpo de Bombeiros, a nossa instituição é cara porque as nossas viaturas são muitos caras, nós temos uma escada, por exemplo, que custou mais de três milhões e são esses fundos que fazem com que a gente dê aos nossos militares condições de trabalho. O militar por mais conhecimento que ele tenha se ele não tiver o equipamento necessário, ele não vai conseguir atender a população.

– Em relação aos hidrantes que seriam instalados em Rondonópolis?

Temos um problema sério com isso, já que o hidrante não pode ser colocado em qualquer rede, tem que ser em lugares que tenha a capacidade de encher rapidamente uma viatura, na cidade têm alguns hidrantes, mas a nossa grande deficiência são os distritos industriais, onde não há rede de hidrantes e não tem nem como colocar, isso é uma coisa que precisa ser solucionado ao longo do tempo, porque o maior risco de incêndio que se tem hoje é nesses locais.

– Você tem algum projeto profissional ou pessoal?

Sou advogado, mas a legislação não permite que eu atue e o meu sonho é que quando encerrar a carreira no bombeiro exercer a minha profissão. Quero também continuar a estudar, também fiz filosofia e estou fazendo minhas pós-graduações, já que quero chegar ao doutorado porque eu entendo que o conhecimento é uma construção ao longo do tempo e passamos por essa vida justamente para evoluir.
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