A partir de 2012 alunos de escolas públicas serão beneficiados com 50% das 5.128 vagas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a decisão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) foi anunciada no começo da noite desta segunda-feira (31/10), com 32 conselheiros a favor, nove foram contra e quatro abstenções.
A proposta de cota estabelece que para o próximo ano 50% sejam destinadas a alunos que estudaram em escola públicas e desse total 20% é para negros, que vieram de escolas públicas. No último ano a UFMT destinou 100% das vagas para os alunos que realizaram Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A proposta aprovada, segundo lembrou o pró-reitor, vai valer pelo período de 10 anos. Ele explicou que a instituição atendeu a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) ao aprovar a política de cota socioeconômica. Ele disse que a manutenção ou não da cota nos próximos anos deverá ser avaliada anualmente pelo Consepe.
Segundo dados da UFMT, ao menos 56% dos 24.528 acadêmicos matriculados este ano na universidade concluíram o ensino médio em escolas públicas. Contudo, segundo entendimento da reitoria, a cota vai diminuir uma distorção em relação aos cursos mais concorridos, como medicina e direito, que possuem respectivamente apenas 7% e 20% dos alunos oriundos de escolas públicas.
Esta não foi a primeira vez que a UFMT discutiu a criação de um sistema de cota. Segundo o vice-reitor Francisco Souto, o Consepe aprovou em 2003 a criação de sistema de vagas baseado em questões étnicas e socioeconômicas. “No entanto, ela [a cota] só foi estabelecida de fato muito timidamente apenas em relação à questão indígena, que é um programa que tem acontecido na UFMT”, comentou.