A maioria dos médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) decidiram, hoje (29), pela demissão em massa e desligamento dos municípios de Campo Verde e Primavera do Leste da central de regularização.
Os médicos explicaram que a decisão é reflexo do descaso e falta de respeito do poder público para com a categoria, que os tratam com mercenários que buscam apenas remuneração.
O médico Leonardo Gul, afirmou a partir do dia 01 de janeiro Campo Verde e Primavera do Leste deixam de ser reguladas por Rondonópolis. No dia seguinte, 02 de janeiro, será protocolado o pedido de demissão em massa dos médicos nos órgãos competentes, e num prazo de 30 dias o SAMU deve estar médicos.Na próxima semana o SAMU terá menos quatro médicos que já pediram demissão e até o momento não houve contratação para cobrir as vagas deixadas.
“É muito dolorida a decisão, mas não há mais possibilidade de trabalharmos nessas condições, sem estrutura, sem ambulância. Infelizmente a população será a maior prejudicada, mas tudo isso é resultado do descaso dos governantes. A questão não é salarial, pois não teríamos dificuldade de conseguir outro emprego com remuneração igual ou maior, estamos no SAMU porque gostamos do que fazemos, mas tudo tem limite”, declarou Gul.
O médico Nilson Albers disse que não se pode mais deixar os governantes mentirem para população dizendo que esta tudo bem e por em risco a vida da equipe e das pessoas que recebem socorro. “É lamentável, mas estamos há dois anos batalhando por melhorias e nada é feito, semana passada quase fui lançado para fora da ambulância porque a porta estava com defeito. A população reclama por falta de atendimento, mas só temos uma viatura para atender todas ocorrências e assim mesmo em situação precária”, relatou o médico.
Os médicos permanecem no SAMU por 30 dias, prazo exigido por lei, mas afirmaram que estão dispostos a mudar de opinião caso as reivindicações sejam atendidas. Os profissionais concluíram frisando que a busca pela melhoria no SAMU é uma causa coletiva, de toda população e não apenas dos médicos.
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