O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Rondonópolis chega a registrar por hora a média de 10 trotes. Em 2011, o total de ligações indevidas chegou a 94.036, ou seja, das 114.337 ligações recebidas durante o ano, 82% foram trotes.
Segundo os dados divulgados o mês em que mais houve trotes foi em junho com 8.906, em seguida, ficou setembro com 8.819. A cada 10 ligações que o Samu recebe, nove são trotes. O Comandante do 3º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Rondonópolis, tenente-coronel Sílvio Bernardes, afirmou que isso tem prejudicado todo o sistema e que apesar do Bombeiro não computar os trotes afirma que são tão altos como os dos Samu.
“Isso gera um prejuízo enorme para a Corporação, já que deslocamos toda a estrutura para atender as ocorrências. Temos gasto com combustível, estresse dos profissionais e desgaste das viaturas”, fala. Como exemplo o comandante comentou sobre um trote que aconteceu no fim do ano passado, onde o Bombeiro recebeu a denúncia de que havia caído um avião próximo ao Rondonópolis Praia Clube e a partir daí se deslocou um grande efetivo, a imprensa foi mobilizada e chegando no local nada havia acontecido.
De acordo com tenente-coronel a maioria dos trotes são realizados por crianças em orelhões que ficam próximo as escolas. “A nossa preocupação é em relação ao futuro dessas crianças que desde pequenos estão brincando com um serviço tão importante como esse. Sempre procuramos realizar palestras nas escolas para conscientizar essas crianças, já que deixamos de atender alguém que precisa para socorrer algo que não existe”, diz.
Para Silvio outro trote que acontece com frequência é o de mulheres que ligam somente para passar cantadas nos atendentes e pedindo para conhecê-los. Uma que também é bem comum são pessoas que ligam para falar piadinhas, mas a mais preocupante são aqueles que ligam e contam histórias de acidentes e incêndios, já que fica bem mais difícil de discernir o que é ou não verdadeiro.