O Movimento dos Trabalhadores Acampados e Assentados (MTAA) junto com o Movimento de Luta pela Terra (MLT) se desentenderam com integrantes da Associação dos Trabalhadores Rurais, Meeiros, Posseiros e sem Terra na tarde deste sábado (24/03) pela área do Assentamento Nova Aliança que fica no Distrito de Nova Galileia a 17 quilômetros de Rondonópolis.
Segundo o policial militar Matos, integrantes do MTAA/MLT convidaram os integrantes da Associação para juntar novamente com o Movimento dos Trabalhadores Rurais, mas a Associação não aceitou. Matos afirma que foi a partir daí que os integrantes do MTA/MLT se rebelaram e levaram o menor (7) e o seu avô Divino Rodrigues Barbosa para o meio do mato, voltaram até o local onde os dois grupos estavam e ameaçaram os integrantes da Associação para que assinassem uma ata.
O PM Matos explica que os integrantes da Associação assinaram o documento e em seguida algumas famílias da Associação dos Trabalhadores Rurais entraram em um ônibus. “Os pertences dessas pessoas foram deixadas debaixo de uma árvore no Assentamento Alfredo de Castro”, afirma.
Matos diz que o pessoal da Associação que ficou no Assentamento Nova Aliança chamou a PM que foi até a MT 270 e encontraram cerca de 80 pessoas que cercavam a estrada e que não deixavam um casal nem entrar e nem sair. Matos ressalta que foi conversar com integrantes do MTA/MLT para ir até o Centro Integrado de Segurança e Cidadania (CISC), mas duas ou três pessoas disseram que não iriam para Rondonópolis. Até que Ronaldo da Silva Villas Boas disse que ninguém ia para a cidade e quando o policial deu voz de prisão para o rapaz, integrantes do MTA/MLT foram para cima da guarnição que teve que atirar para o alto a fim de dispersar a multidão. Ronaldo foi levado até o Cisc e o pessoal do Movimento dos Acampados chegou ao local meia hora depois.
A coordenadora do MTA/MLT de Mato Grosso, Vanusa Dornelas Silva, disse a equipe do Agora MT que os integrantes do movimento não ameaçaram o menor e Divino Barbosa. Ela afirma que a área é reivindicada desde 2009 e pede para que os integrantes da Associação dos Trabalhadores Rurais procurem um outro pedaço de terra. “Os integrantes dessa Associação tinham cadastro no MTA/MLT, mas eles montaram esse grupo. A gente não aceita a criação dessa associação”, explica.
Já a presidente da Associação, Nelva Kly Schuh diz que a área do Assentamento Nova Aliança foi passada pelo proprietário para a Associação e ressalta que o grupo vai lutar pela terra. “Organizamos essa associação para os posseiros que querem ter terra. O dono dessa área autorizou a posse do lugar até a gente efetuar o pagamento, por isso que essa associação foi montada”, comenta.
Vanusa Silva reitera que o MTA/MLT pretende pedir para a PM retirar os integrantes da Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Nova Aliança. O caso vai ser investigado pela Delegacia de Delitos Gerais e Legislações (DGL).