A sexta-feira de feriado de Páscoa no Brasil e nos Estados Unidos bem que poderia ter sido neutra para os mercados, mas os dados americanos de Payroll (relatório de emprego) que foram divulgados na data balizarão o início das operações acionárias nos dois países no início desta semana.
As bolsas europeias estarão fechadas na segunda-feira (9/4), também por feriado.
“A tendência é de que o Payroll venha bom, mas não podemos nos esquecer da Espanha. A Espanha continuará a atrapalhar as operações. Eles têm 23% de taxa de desemprego e o governo não consegue fazer cortes no gasto público, além da demanda fraca para os leilões de título da dívida”, afirma Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW Corretora, traçando o cenário nebuloso que o principal índice acionário da BM&FBovespa tem pela frente.
O Ibovespa encerrou o pregão de quinta-feira (5/4) aos 63.691 pontos, com alta de 0,26% na sessão. Na semana, as perdas do índice alcançaram 1,27%.
“Se vier com dados bons dos Estados Unidos, o mercado deve abrir em alta”, avalia Galdi.
O estrategista-chefe destaca ainda, na agenda da semana, os indicadores de inflação chinesa na segunda-feira, bem como a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) trimestral e vendas no varejo, também na China, na quinta-feira (12/4).
“A semana deve ser volátil. Como o índice caiu muito nos últimos dias, se vier alguns dados bons pode ser que recupere”, diz.
Análise gráfica
O grafista da FuturaInvest, Alan Oliveira, também vê como fator negativo a não operação das bolsas em Wall Street e da BM&FBovespa na sexta-feira (6/4) por conta do feriado e não tem perspectiva positiva para o principal índice de ações da bolsa paulista.
“Não temos ainda sinal de alta para nosso mercado, que perdeu seu suporte mais forte, de 63.900 pontos na quarta-feira (4/4). Agora ele vai em busca do próximo suporte, que é de 62 mil pontos”, afirma Oliveira, que prevê a busca deste suporte ainda nos próximos cinco pregões.
Destaques
Após as medidas de corte nos juros anunciadas pelo Banco do Brasil, suas ações (BBAS3) registraram queda vertiginosa de 7,01% na semana. O Credit Suisse estima a queda de R$ 3,5 bilhões na receita do banco.
Diante do cenário negativo, Oliveira acredita que os papéis devem seguir em tendência de queda nos próximos pregões. “Acreditamos que sim, pode cair ainda mais”, avalia o grafista.
Os papéis encerraram a última sessão cotados a R$ 24,13, mas Oliveira acredita que o ativo segue rumo ao suporte de R$ 22,60.
No campo positivo, Oliveira destaca ações de frigoríficos para o curto prazo, que tendem a repetir os resultados positivos da última semana.
Papéis da Marfrig (MRFG3) encerraram o último pregão com valorização de 2,03%, a R$ 12,08, enquanto JBS (JBSS3) recuou 1,93%, para R$ 7,64.