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Após 60 anos e mais de 1.300km, Seleção busca o ouro em Wembley

Viagens de ônibus, trajetos longos... Brasil supera estradas do Reino Unido e vai encarar México neste sábado pela final das Olimpíadas de Londres

Fonte: DA REDAÇÃO COM G1
VIA

Imagem: neymar Após 60 anos e mais de 1.300km, Seleção busca o ouro em Wembley
Neymar após mais uma viagem de ônibus da Seleção : ‘Deito no chão e durmo’ (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

O último trajeto da Seleção em busca do ouro é o menor, “apenas” 35km até o palco da decisão, entre St. Albans e Londres. Mas antes disso, a trajetória foi árdua. Até mesmo no treino da última quinta-feira, na capital inglesa, a distância não ajudou. Para chegar ao Elthan College, a delegação percorreu outros 95km.

– Nas outras Olimpíadas viajamos assim também. Mas está bem tranquilo. Na outra, em Pequim, foi bem mais difícil – avaliou Marcelo, que participou da campanha do bronze em 2008 na Seleção treinada por Dunga.

Para buscar o ouro que nomes como Gerson, Falcão, Roberto Dinamite, Junior, Dunga, Romário, Bebeto, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho não conseguiram, Neymar & cia. tiveram que rodar – e muito – somente de ônibus, por recomendação do Comitê Olímpico Internacional. A viagem começou no dia 25 de julho. A delegação deixou a concentração em St. Albans, na Inglaterra, e foi para Cardiff, no País de Gales, outro país do Reino Unido. Foram 255km para encarar o Egito na estreia. E a trajetória começou com o pé direito: 3 a 2 nos rivais. Em seguida, pé na estrada rumo a Manchester, de volta à Inglaterra. Mais 305km e triunfo sobre a Bielorrússia (3 a 1).

Para encerrar a fase de grupos, um percurso um pouco menor: 245km até Newcastle. Uma vitória sobre a Nova Zelândia garantiria a permanência na cidade ao norte da Inglaterra por mais uma jornada. E foi o que aconteceu. Vitória por 3 a 0 sobre a equipe da Oceania e mais alguns dias na terra que teve o primeiro brasileiro na Primeira Divisão inglesa: Mirandinha. Nas quartas de final, no mesmo St. James Park, triunfo por 3 a 2 sobre Honduras.
Eu deito no chão do ônibus e durmo a viagem inteira ”
Neymar

Recém-negociado pelo Internacional com o Chelsea, de Londres, o camisa 10 Oscar deu o tom das viagens de ônibus da Seleção pela Grã-Bretanha.

– Temos feito de tudo. Nós dormimos, brincamos, jogamos baralho. Procuramos brincar muito para o tempo passar mais rápido. Quando cansa, nós dormimos, descansamos. Criamos uma grande amizade entre nós jogadores e isso tem ajudado muito nessa caminhada. Tomara que o grupo vá concentrado para o jogo e consiga esse inédito ouro – disse o apoiador.

Após a vitória sobre Honduras, pelo menos mais duas viagens. A primeira marcou a volta a Manchester e a Old Trafford para encarar a Coreia do Sul na semifinal. Na estrada, a luta foi para superar os 245km de volta até a cidade dos rivais United e City. Em campo, goleada sobre os sul-coreanos por 3 a 0 e vaga na tão sonhada final das Olimpíadas.

– Não vejo nada da estrada (risos). Eu deito no chão do ônibus e durmo a viagem inteira. Só acordo no hotel – disse Neymar, que já marcou três vezes no torneio.

Frustrações em 60 anos de Seleção nas Olimpíadas: duas pratas e dois bronzes

O futebol masculino começou a ser disputado oficialmente nos Jogos em 1908, quando a Grã-Bretanha ficou com o ouro em Londres. O Brasil estreou apenas em 1952, em Helsínque, mas o time que contava com nomes como Evaristo de Macedo (ídolo de Flamengo, Barcelona e Real Madrid), Zózimo e Vavá (bicampeões do mundo em 1958 e 1962) não passou das quartas de final.

O Brasil jogou ainda em 1960 (o “canhotinha” Gerson era o destaque), 1964, 1968, 1972 (com Roberto Dinamite, Abel Braga e Falcão) e 1976 (com Junior, atual comentarista da TV Globo), mas a primeira medalha veio somente em 1984: Gilmar Rinaldi, Mauro Galvão e Dunga participaram da campanha de prata, com derrota para a França na final.

Quatro anos depois, foi a vez da geração de Romário, Bebeto, Taffarel e Jorginho também ficar com o segundo lugar após queda para a União Soviética na decisão. O Brasil retornou aos Jogos em 1996 com um “Dream Team”: nomes como Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Dida, Aldair, Bebeto, Roberto Carlos e Juninho Paulista eram treinados por Zagallo, mas um gol de ouro do nigeriano Kanu acabou com o sonho do ouro e a equipe acabou conquistando apenas o bronze.

Em 2000, Vanderlei Luxemburgo descartou convocar atletas com mais de 23 anos e apostou em jovens como Ronaldinho Gaúcho, Lúcio, Alex e Roger: voltou sem medalha, eliminado  nas quartas por Camarões. A geração de Robinho falhou em 2004 e não conseguiu vaga nas Olimpíadas. O retorno da Seleção foi em 2008, quando Dunga levou Ronaldinho como líder da garotada, mas a Argentina de Messi e Riquelme bateu o Brasil na semifinal, ficou com o ouro e viu o time pentacampeão mundial acabar em terceiro lugar.

Mano escala Alex Sandro e repete escalação pela primeira vez
Sandro e Alex Sandro, Seleção brasileira, Treino (Foto: Mowa Press)Alex Sandro ganhou vaga de titular e segue no
time para a final olímpica (Foto: Mowa Press)

Na última atividade antes da decisão, Mano Menezes manteve Alex Sandro no time titular. Hulk ficará no banco de reservas. O comandante gostou da postura da equipe na semifinal, no triunfo por 3 a 0 sobre a Coreia do Sul.

Com isso, a equipe canarinho deverá entrar em campo com a seguinte formação: Gabriel, Rafael, Thiago Silva, Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo, Alex Sandro e Oscar; Neymar e Leandro Damião.

– Muda um pouco a entrada do Hulk e do Alex Sandro. Com o Alex Sandro, eu me entrosei mais por ele ser da minha posição. Quando eu vou, ele fica. Quando ele vai, eu fico. Funcionou bem dessa forma – disse o lateral-esquerdo Marcelo.

Estrela mexicana desfalca a equipe na final das Olimpíadas

O México não poderá contar com a sua principal estrela na decisão deste sábado. Com uma ruptura no músculo da coxa direita, o meia-atacante Giovani dos Santos foi vetado pelo departamento médico. Raul Gimenez, que entrou na vaga do jogador na vitória por 3 a 1 sobre o Japão, pelas semifinais do torneio, deve ser confirmado como titular na final.

Por ouro inédito, Brasil terá de superar ‘freguesia’ para o México em decisões

Nos dois últimos confrontos entre as seleções, uma vitória para cada lado. Com as equipes profissionais, o Brasil venceu os rivais por 2 a 1, em Torreon, em outubro do ano passado. Em maio de 2012, o time principal mexicano bateu a equipe olímpica canarinho por 2 a 0, em Dallas, nos Estados Unidos. O tira-teima vai acontecer neste sábado, em Wembley.

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