O Sintap-MT reuniu-se nesta sexta-feira (17) com o Fórum Sindical de Servidores do Estado de Mato Grosso, bem como o representante deste na fiscalização da aplicabilidade do MT Saúde junto à operadora São Francisco, José Monteiro dos Santos. Na pauta, a apresentação de relatório situacional do plano a cerca de um mês e meio enquanto conselheiro e fiscalizador. No encontro ficou definido que, dentro de uma escala, diariamente os sindicalistas estarão visitando a sede do MT Saúde, para detectar presencialmente a crítica realidade no funcionamento do mesmo.
“A partir de segunda-feira (20) o Fórum Sindical vai colocar representante no plantão, exigindo que a operadora São Francisco atenda com dignidade os usuários, o qual deve notificar tudo o que for constatado in loco ao conselheiro Monteiro presente no recinto, para fortalecer as ações deste representante do conselho.” A orientação é da presidente do Sintap-MT, Diany Dias, reforçando que, caso haja necessidade, o departamento jurídico de cada sindicato está apto a tomar as devidas providências em prol do usuário prejudicado.
Diany Dias já marcou sua presença no MT Saúde como plantonista na próxima quarta-feira (22). Antes dela, nesta segunda-feira (20) será o gestor do Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica e Extensão Rural e Pesquisa Pública de Mato Grosso – Sinterp, Gilmar Antônio Brunetto, mais conhecido como Gauchinho. Na terça-feira (21), Osvaldo Reis, que gere o Sindicato do Sistema Sócio-Educativo de Mato Grosso – SINDPSS.
Desorganização – Dentre os inúmeros itens elencados no relatório situacional do MT Saúde, ficou evidenciado que a ligação ao Núcleo Sistêmico de Administração gera burocracia aos usuários. Além disso, constam muitas ações judiciais por parte dos aderentes, a exemplo de descontos efetuados a funcionários que já se desligaram do plano, com casos de até dois anos de desligamento. “O relatório evidencia a falta de competência administrativa do Núcleo Sistêmico do MT Saúde”, enfatizou a presidente do Sintap.
Mais uma problemática se dá nos valores exorbitantes descontados dos usuários, acumulados com a justificativa de que estes em determinados meses não têm margem suficiente para gerar os descontos. Entretanto, assegura-se comprovação de casos de funcionários que constavam montante em folha para pagar o plano, e o desconto não ocorreu.
Dentre as conclusões do Fórum Sindical, as mais pertinentes são a falta de organização, bem como de um sistema eficiente para o funcionamento do MT Saúde, e ainda de funcionários para atender as demandas gerais do plano é mais uma das deficiências do MT Saúde. Por exemplo, não há um extrato de controle quanto ao uso do MT Saúde pelo funcionário; em contrapartida, existem situações em que o usuário não tem mais direito ao mesmo, mas continua utilizando o plano, já que não fora bloqueado pelo sistema. Outra evidência de desorganização foi demonstrada no pagamento à operadora São Francisco realizado no último dia (13), que totalizou R$ 11 milhões, no qual não foram discriminados os valores destinados a São Francisco e às prestadoras de serviço.
Estratégia – “É muito cômodo para a São Francisco não receber tudo para não atender o usuário e este fica à mercê deste sistema. Nós vamos agir, tomar as rédeas desse sistema, indo pessoalmente cobrar o que é nosso direito, e colocar propostas palpáveis e exigir ação, retorno, e nós temos como reverter esse quadro fazendo parte do processo.” O protesto veio da presidente do Sintap-MT, Diany Dias, referente aos repasses pelo governo feitos à operadora, em que na maioria das vezes, ficam débitos pendentes, os quais justificam o desatendimento aos usuários, em que a operadora se respalda em contrato firmado com o governo do estado.
“A São Francisco se vale de um parcelamento com pendências para evitar atendimento, e suspeitamos que trata-se de uma estratégia da operadora para negar esses atendimentos aos usuários, e sobrar mais dinheiro no final do contrato”, observou o presidente do Sinterp.
Novo Modelo – De acordo com o Fórum Sindical, o secretário de administração, Cesar Zilio, se comprometeu de apresentar a resposta referente ao novo modelo de plano de saúde, o qual vem sendo estudado pelo governo do estado. “Temos que aguardar o novo modelo e impor nossa proposta. Caso não seja viabilizada vamos lançar as premissas que modificam o decreto, que aprova o regulamento interno do instituto de assistência à saúde dos servidores do estado, e que estabelece um modelo de gestão compartilhada com servidores públicos e seus beneficiários”, apontou Gauchinho.