Chegou ao fim a maior greve de professores da história da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Este é o posicionamento do vice-reitor da instituição, Francisco Souto. Ele afirmou que o retorno das aulas está programado para a próxima segunda-feira (24). “Já estamos comunicando os coordenadores de departamento de cada curso para se organizarem em relação ao retorno das aulas na próxima semana”, afirmou.
Mesmo com o encerramento dado pelo Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), no último domingo (16), a greve ainda será pauta da última assembleia dos professores da UFMT que será nessa quarta-feira (19). Eles vão discutir se irão aceitar ou não o fim do movimento grevista.
O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (ADUFMAT), professor Antônio Gonçalves Vicente, afirmou que a tendência em Rondonópolis é que durante a assembleia seja suspensa a greve e o retorno das aulas.
Na última semana, quando as grandes universidades do país decidiram retornar às aulas, os professores da UFMT resistiram e mantiveram o movimento encabeçando um filão de 13 instituições contrárias à desmobilização. A greve contou no início com a adesão de 57 das 59 universidades federais do país. “Existem professores que acreditam que ainda há espaço para a luta. Temos questões locais que já foram encaminhadas à direção da UFMT e que precisam ser analisadas”, revelou Menezes.
Após a assembleia dos professores, o órgão máximo da UFMT, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), vai se reunir na quinta-feira (20) para traçar um programa de reposição das aulas suspensas, uma exigência do Ministério da Educação (MEC).
Para finalizar o primeiro semestre e iniciar o segundo ainda neste ano, a proposta da reitoria da UFMT encaminhada aos conselheiros será a de estender o calendário acadêmico o máximo possível entre os meses de dezembro e janeiro, quando a universidade entra em recesso. “A nossa meta será a de trabalhar o quanto pudermos em dezembro e janeiro para conseguirmos o máximo de aproveitamento na reposição das aulas”, salientou o vice-reitor.
De acordo com Francisco Souto, a UFMT precisa preencher 40% da grade curricular para encerrar o primeiro semestre. Para colocar o calendário acadêmico em ordem, a UFMT prevê que o primeiro semestre termine no início do mês de novembro e o segundo semestre tenha início ainda no final do referido mês.
Um possível recesso, mesmo diante de tantas aulas a serem repostas, será feito, de acordo com o vice-reitor, entre o Natal e o Ano Novo. “Mesmo em greve, a maior parte dos nossos professores não pararam suas atividades nesse período. Muitos deles continuaram com seus projetos de pesquisa e na pós-graduação. Eles só não trabalharam na graduação. Portanto, vão precisar desse recesso”, avaliou.
Ainda segundo o vice-reitor, não está descartada a possibilidade de alguns cursos instituírem no período de reposição, aulas aos sábados e em horários alternativos ao longo da semana. “Essa proposta com certeza vai ser discutida na pauta do Consepe, mas a ideia é respeitar a tradição de cada curso. Muitos deles já têm aulas aos sábados e os cursos que não têm terão alternativas para cumprir o calendário”, afirmou.