A Polícia Civil está investigando uma possível ligação entre o assassinato do soldado PM Devanilson Gonçalves da Cruz, de 21 anos, na noite de sexta-feira (19), no bairro Mapim, em Várzea Grande, com a chacina de três rapazes mortos a facadas e encontrados carbonizados em tambores, no fim de semana.
Enquanto a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o chamado “Crime dos Tambores”, a execução do PM está sendo investigada como latrocínio (roubo seguido de morte).
O caso está na Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Várzea Grande.
“Caso seja confirmado que não tenha sido latrocínio, as investigações voltam para a DHPP, para ser investigado como homicídio”, informou o delegado Silas Caldeira, titular da DHPP.
Ele acrescentou que, mesmo assim, uma possível conexão entre os crimes depende da identificação de dois dos três mortos e cujos corpos foram encontrados em tambores, numa cascalheira, no bairro 13 de setembro, na Cidade Industrial.
Dos três mortos, foi identificado apenas Zenildo Benedito Mendes, de 21 anos, que morava no Jardim Icaraí.
O delegado Caldeira solicitou coleta de materiais de familiares de Jonas Maturino Rodrigues da Silva e Washington de Almeida, de 33 anos, para exame de DNA.
Os dois estão desaparecidos desde sexta-feira e a suspeita é de que sejam deles os outros dois corpos encontrados carbonizados em tambores, numa região de cascalheira, na Cidade Industrial.
“Somente com a identificação é que poderemos aprofundar as investigações, pois existem depoimentos que fazem a conexão entre os dois crimes (do PM com os dos rapazes)”, observou o delegado.
Drogas e PM
Em depoimento na DHPP, a mãe de Washington contou que o filho é usuário de entorpecentes e que conhecia Jonas.
Ela disse que ficou sabendo, por meio de um telefonema, que o filho tinha sido preso no Jardim Glória II, juntamemente com Jonas.
A esposa de Jonas, por suas vez, disse na delegacia, na sexta-feira à noite, que policiais militares foram até sua casa, no bairro Figueirinha, à procura do marido, pois ele seria suspeito de ter matado um policial, no início da noite.
Jonas não estava em casa e a mulher afirmou que não sabia de seu paradeiro.
A mãe relatou ainda que os dois rapazes estavam na motocicleta Honda Titan preta, pertencente a Washington, e foram abordados na ponte do Jardim Glória.
Na abordagem, foram detidos e colocaram numa viatura e um policial levou a motocicleta, que ainda não foi localizada.
O delegado Silas Caldeira informou que a Polícia Civil trabalha com várias linhas de investigação. Segundo ele, caso se confirme o envolvimento de policiais militares na morte dos dois rapazes, eles serão identificados e punidos.
“As investigações, no entanto, estão no sentido de identificar os dois corpos carbonizados. Se são mesmo os dois rapazes, vamos seguir adiante. Caso contrário, as investigações tomarão outro rumo”, disse ele.