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Não seja um respondedor para os perguntadores

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Se seu subordinado o procura com um problema e você o recompensa com uma resposta, ele voltará duas, três vezes, com novos assuntos para você resolver. E você se transformará no maior “respondedor” da empresa, criando o melhor grupo de perguntadores.

Não podemos substituir o bom senso por boas práticas gerenciais. Saber administrar o tempo imposto pelo subordinado é uma forma de poupar preciosos minutos dentro da apertada agenda empresarial. Pelo menos na parcela de tempo em que conseguimos ter algum controle. Há no mínimo, duas situações em que não temos como contornar e iremos, provavelmente, perder os tais minutos. Em primeiro lugar, o tempo imposto pelo chefe. Se ele chamar, exigindo a resolução de algum problema, sendo de sua alçada ou não, e a qualquer hora do dia. A menos que repasse para as costas de um terceiro. De qualquer maneira, a responsabilidade no cumprimento da tarefa será sua, correndo o risco de alguma punição.

Outro aspecto fora de controle é o tempo imposto pelo sistema. É implacável e traduz-se pela burocracia. Somos obrigados a fazer algo, obedecer a um conjunto de regras que muitas vezes não faz sentido algum. Também acarreta algum tipo de punição se não for cumprido. Por exemplo, precisamos substituir uma cadeira quebrada. Nas grandes e médias organizações, esse simples ato pode significar diversas etapas, com o preenchimento de formulários, assinaturas de chefes e do chefe dos chefes, carimbos, e idas e volta constante.

Sobra para o gerenciamento de nossas horas úteis no trabalho, o almejado tempo imposto por nós mesmos e o tempo imposto pelo subordinado. Como nosso próprio tempo será restrito após dividirmos as atenções e esforços no dia a dia para lidar com o chefe e com o sistema, devemos ganhar algum tempinho administrando melhor a relação com os subordinados. Algo bonito de pôr no papel e difícil de praticar. Quem gosta de desenvolver no domingo um plano de ação para a semana costuma rever tudo nas primeiras horas da segunda-feira, quando percebe que seu plano entrou em uma rota de colisão com o do chefe.

O relacionamento com os seus colegas de trabalho, subordinados e superiores é a chave do controle sobre o tempo, isto na opinião de psicólogos. Eles têm um nome para isso: escala de liberdade. O espaço de cada pessoa tem que ser conquistado, negociado, não acredito em emporwerment. Poder e liberdade não podem dar para ninguém, é uma conquista pessoal, de baixo para cima. Se for delegado, também pode ser facilmente tirado.

Portanto, cabe ao profissional que tenha sob responsabilidade coordenação de pessoas definir os níveis de liberdade, de autonomia, que cada um terá que conquistar dentro da empresa ou do departamento. Assim, ninguém irá interferir no trabalho de seu colega, nem tentar colocar problemas nas costas dos outros para resolvê-los.

Reinaldo do Carmo de Souza

Professor da Universidade de Cuiabá – UNIC pelo Programa de Expansão Universitário – PEU

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