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Peruana com 77 anos de carreira como radialista bate recorde

Pequenos de ontem estão crescidos agora', diz 'Maruja', de 97 anos. Ela ainda mantém, sem receber, programa infantil que começou em 1944.

Fonte: DA REDAÇÃO COM G1
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Imagem: PERUANA Peruana com 77 anos de carreira como radialista bate recorde
Maria Julia Venegas, 97, olha álbum de fotos em sua casa nesta segunda-feira (26) (Foto: AP)

A peruana Maria Julia Venegas, de 97 anos, vai receber em 8 de dezembro o certificado do Guinness de recordista mundial como a pessoa que trabalha há mais tempo como radialista– são 77 anos de carreira.

Apelidada de “Maruja”, ela entrou na profissão em 1935 na Radio Internacional, onde conduziu um programa musical e um noticiário, segundo o jornal local “El Comercio”.

Mas, ela ganhou fama com o programa “Radio Club Infantil”, iniciado a pedido de militares em 1944, durante a II Guerra Mundial, para entreter crianças que estavam em hospitais. Maruja mantém o show até os dias atuais.

“Os pequenos de ontem estão crescidos agora. Eles se casaram. Eles são os avós de hoje. Então são eles, os avós, que me dão mais apoio”, disse ela em entrevista em sua casa, situada em um bairro de classe média da capital peruana.

“Um monte de avós se sentam com seus netos para ouvir o programa”, disse, curvada pela idade, mas ainda elegante com brincos e um casaco cor de camelo.

O programa tornou-se tão popular na década de 1950 que atraiu os principais cantores e intérpretes do Peru. O segmento tinha concursos e ajudou a lançar sucessos. Ouvintes convenceram Maruja a abrir uma escola em 1956. Mas, quando o país caiu em tempos difíceis no final de 1980, ela foi obrigada a fechá-lo.

O show continuou, no entanto, mesmo quando ela começou a fazê-lo por telefone, de casa, ao chegar aos 90 anos. O programa ia ao ar duas vezes por semana e está agora em um horário único de meia hora às 6h dos domingos, veiculado pela Santa Rosa, uma estação religiosa. Maruja ainda prepara seus próprios programas, que incluem sempre uma história, música, conselhos e comentários.

E ela faz o trabalho sem remuneração, como ela sempre fez ao longo das décadas, conciliando outros programas e empregos.

Maruja nunca se casou, tem recursos limitados e, como a maioria das pessoas de sua idade, limitações físicas para lidar. Ela diz que sofre de diabetes.

“Eu perdi a visão. Só consigo ver com um olho”, disse ela. “Mas eu continuo otimista”.

Ela vive sozinha com uma pensão mensal de US$ 870 (R$ 1.820) que não é suficiente para manter ela e a irmã de 89 anos, com quem ela mora. Para pagar as duas pessoas que cuidam deles, ela teve que vender o segundo andar de sua casa. Agora, ela está pensando em vender parte do primeiro andar.

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