Esse deve ser um Natal de lembrancinhas entre os brasileiros. Pelo menos é o que indica a Pesquisa de Natal 2012 – Intenções e expectativas do consumidor brasileiro, realizada no mês passado pela Deloitte, com 750 consumidores. Metade dos entrevistados pretende gastar menos em presentes e o valor médio de cada compra deve ficar entre R$ 10 e R$ 30. Em 2011, o gasto médio foi entre R$ 50 e R$ 99. Em Rio Preto, o gasto deve variar. Alguns consumidores pretendem economizar, outros gastar a mesma quantia e outros ainda vão desembolsar mais do que em 2011.
Para o professor José Mauro Nunes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, especialista em comportamento do consumidor, três fatores explicam essa inibição do consumo. O primeiro deles é o alto endividamento das famílias, principalmente da classe C, que constituem 52% dos consumidores do País. E os outros dois também são significativos. “A queda na atividade econômica, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) inferior a 2% em 2012, e o peso do mês de janeiro, que vem com contas de IPVA, IPTU e renovações de matrícula também explicam a queda.”
De acordo com a pesquisa, mesmo que o valor esteja menor, a quantidade não será afetada. Serão, em média, cinco presentes por consumidor. Cônjuges e filhos receberão os mais caros. Em outros anos, segundo Nunes, as escolhas dos presentes eram computadores e telefones celulares. “Neste ano devem prevalecer os tablets, mas não os top de linha”, afirmou.
O estudo da Deloitte mostra que aparelhos eletrônicos, tablets, celulares e computadores são os itens mais desejados pelos consumidores (39%). Entretanto, esses itens serão comprados por apenas 26% das pessoas. Os produtos que mais devem ser comprados neste Natal são roupas (80%); sapatos (49%); cosméticos, perfumes e itens de cuidados pessoais (46%).
O estudo detectou ainda uma importante mudança de hábito: 55% das pessoas pesquisarão mais antes de efetuar suas compras. Segundo o levantamento da Deloitte, mesmo priorizando os presentes e as ceias (68% e 65% da amostra, respectivamente), os consumidores têm a intenção de investir seu dinheiro em outros meios: em melhorias ou reparações na moradia (55%). A faixa etária de 18 a 29 anos é que mais deve priorizar esses reparos (60%); e, viagens e passeios (47%), dentre eles, os idosos são os que mais gastarão com viagens (57%).
Dinheiro é o meio usado
Assim como observado no ano passado, o dinheiro continua sendo o principal meio de pagamento para 75% dos entrevistados. As classes D e E são as que mais o utilizam (78%). Nas regiões Sul e Sudeste, ele é utilizado por 81% e 77% das pessoas, respectivamente.
O cartão de crédito, utilizado por 39% dos entrevistados, é a forma de pagamento preferida entre as classes A e B – 53% dos entre dessa faixa usarão esse tipo de pagamento. Entre as regiões brasileiras, o Nordeste se destaca em 2012, como a que utiliza mais essa forma de pagamento: 44% dos respondentes farão compras com o cartão, mas com pagamento em apenas uma parcela.