O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, chamou no domingo (20) de terroristas os integrantes do grupo islâmico que atacou um campo de exploração de gás na Argélia e lançou sobre grupo toda a responsabilidade pelas dezenas de mortes deixadas no ataque, incluindo a de um trabalhador colombiano.
“Quero ser muito claro. Os responsáveis para o governo colombiano por estas mortes, onde um colombiano também foi morto, são os terroristas. A eles, e apenas a eles, cabe a responsabilidade pelo que ocorreu”, expressou Santos em uma mensagem à imprensa.
Santos confirmou, assim, o falecimento do colombiano Carlos Estrada no ataque. Na véspera, o presidente havia informado que entre as vítimas provavelmente se encontrava Estrada e que, para confirmar seu falecimento, só faltava encontrar o corpo.
Militantes islâmicos invadiram na quarta-feira (16) um campo de extração de gás no sudeste da Argélia, mantendo centenas de argelinos e estrangeiros como reféns. Eles exigiam a retirada das tropas da França que apoiam o Exército da República do Mali contra grupos insurgentes locais. No sábado, o Exército da Argélia invadiram o local, encerrando o sequestro. Pelo menos 55 pessoas morreram.
O balanço de vítimas do sequestro, de 23 reféns e 32 terroristas mortos, pode ser revisado para cima, disse neste domingo o ministro argelino de Comunicações, Mohamed Said.
Seis filipinos morreram durante o sequestro, indicou nesta segunda-feira (21) o governo do país. “A morte de seis filipinos é uma consequência direta do sequestro. Alguns morreram por disparos ou pelos ferimentos provocados pelas explosões”, indicou à imprensa Raúl Hernández, porta-voz do ministério das Relações Exteriores.
Quatro pessoas seguem desaparecidas e outras 16 que estavam no campo de gás estão sãs e salvas, explicou o porta-voz.
Imagem transmitida pela emissora de TV Ennahar, da Argélia, neste sábado (19), mostra reféns se rendendo aos sequestradores do grupo rebelde islâmico no campo de gás (Foto: AFP/ Algeria’s Ennahar TV)Imagem transmitida pela emissora de TV Ennahar, da Argélia, neste sábado (19), mostra reféns se rendendo aos sequestradores do grupo rebelde islâmico no campo de gás (Foto: AFP/ Algeria’s Ennahar TV)
“Desgraçadamente, temo que o balanço será revisado para cima”, disse Said à rádio pública Chaîne 3.
“As forças especiais continuam no campo de gás de Tiguenturin à procura de eventuais novas vítimas, porque o balanço fornecido até o momento pelo ministério do Interior é provisório”, disse o ministro argelino. “‘O balanço definitivo será divulgado nas próximas horas.”
A TV privada argelina Ennahar afirmou que 25 corpos de reféns foram encontrados no local e que as operações para “limpar” a área de explosivos devem durar 48 horas.