A Eletrobras está reavaliando o PDV (Plano de Demissão Voluntária) que vinha preparando antes da edição da medida provisória MP 579, que reduziu receitas das elétricas para permitir corte na tarifa de energia.
O Sistema Eletrobras tem 30.562 trabalhadores. A expectativa é que a adesão ao PDV atinja entre 10% e 15% do total, um pouco mais de 3.000. O processo levaria cerca de dois anos.
Areportagem apurou que as condições definidas antes da MP –um salário por ano trabalhado, um ano de plano de saúde e valor correspondente à multa de 40% do FGTS– dificilmente serão mantidas, pelo alto custo.
A perda com a MP 579 é estimada, na Eletrobras, em R$ 8 bilhões. Segundo cálculos internos, seria necessário diminuir em 50% os gastos com pessoal e com serviços ligados a pessoal.
O problema é que provavelmente quem vai aderir ao PDV são funcionários antigos, cujos salários são altos. E essa adesão só virá se a proposta for atraente.
Em Furnas, uma das empresas do grupo que está finalizando um PDV iniciado em 2011, 1.400 pessoas (33%) aderiram à proposta de receber meio salário por ano trabalhado, limitado a 24 anos e teto em torno de R$ 200 mil, e um ano de plano de saúde, além de valor correspondente a 40% do FGTS.
A economia da Eletrobras virá também com a venda de 51% do controle das seis distribuidoras federalizadas: as distribuidoras do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Piauí e Alagoas. Em 2011 o prejuízo dessas empresas foi de R$ 840 milhões e em 2010, de R$ 1,5 bilhão.
A ideia é juntar todas as empresas em uma holding a ser leiloada. Entre os interessados estaria a Equatorial Energia, que controla distribuidoras do Nordeste. A empresa não comentou.