Até julho, o financiamento da casa própria deverá se tornar o tipo de crédito mais procurado por pessoas físicas nos bancos brasileiros. A afirmação é da Serasa Experian, com base numa análise de dados fornecidos mensalmente pelo Banco Central. A Serasa é uma empresa especialista em informações relacionadas a transações de crédito.
Para se ter uma ideia, em 2008 o financiamento habitacional ocupava o quinto lugar no ranking das modalidades de crédito (R$ 63 bilhões). Já em novembro (último levantamento do setor), estava na segunda colocação (R$ 270 bilhões). Apesar do aumento de preços dos imóveis nos últimos meses, em função da grande demanda, o cenário da habitação continua favorável, por isso as perspectivas são positivas.
O economista Luiz Rabi, do Serasa, disse ontem ao Diário que quatro fatores são primordiais para essa evolução: nova lei de financiamentos, em vigor desde 2004, consolidação da macroeconomia, geração de empregos formais e déficit habitacional (veja quadro ao lado). “Com a estabilidade econômica, o mercado financeiro confia mais tanto no consumidor quanto nas decisões do governo, o que deixa positivo o cenário para o crédito habitacional”, diz Rabi.
Ele afirma que a maior competição entre os bancos nos últimos anos tem gerado mais benefícios para os clientes, que inclusive atualmente podem incluir as despesas com documentação e registros no próprio financiamento. Outro fator que contribui é a regulamentação do cadastro positivo que, em breve, vai proporcionar um ambiente de negócios mais sustentável.
CEF reduz taxas de juros
A Caixa Econômica Federal reduziu os juros para o financiamento de imóveis com valor acima de R$ 500 mil. As novas taxas já valem para os empréstimos contratados desde ontem. Para clientes que não possuem relacionamento com o banco, a taxa efetiva cai de 9,9% para 9,4% ao ano. Para clientes que possuem relacionamento e conta salário, os juros passam de 8,9% para 8,4% ao ano. Servidores públicos contam ainda com uma redução adicional, com juros de 8,3% ao ano agora.
Imóveis acima de R$ 500 mil estão fora das regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e não contam, portanto, com recursos subsidiados da poupança ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No ano passado, o banco já havia cortado as taxas para imóveis enquadrados no SFH.
“Diante do cenário de demanda crescente por crédito imobiliário, o objetivo da Caixa é oferecer condições atrativas para os todos os clientes”, diz o vice-presidente de Habitação e Governo da Caixa, José Urbano Duarte. “Desta vez, ampliaremos as opções também ao público de média e alta renda.” Segundo cálculo da Caixa, com a redução da taxa, um financiamento de R$ 600 mil, por exemplo, poderá ficar em torno de R$ 43 mil mais barato em 30 anos.