Agora MT Política Lula planeja governar São Paulo
SEDE DE PODER

Lula planeja governar São Paulo

O PT discute a possibilidade de apoiar o PMDB em São Paulo

Fonte: Da redação com informações da Revista Veja
VIA

O PT começou a montar a estratégia, considerada prioritária pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar derrotar o PSDB nas eleições de 2014 para o governo de São Paulo. A direção do partido debate internamente dois caminhos: fazer uma aliança com uma sigla aliada e tirar a cabeça de chapa do PT ou lançar um ministro da presidente Dilma Rousseff como candidato a governador. As duas possibilidades foram debatidas há dez dias em reunião com Lula, em São Paulo. Voltaram à pauta na última segunda-feira em almoço em Brasília do qual participaram integrantes do partido.

O PT discute a possibilidade de apoiar o PMDB em São Paulo, num movimento em que lançaria o vice-presidente Michel Temer como candidato a governador. Essa solução daria à chapa o maior tempo de TV na disputa e abriria a vaga de vice de Dilma, facilitando a composição com o PSB, do governador Eduardo Campos (PE). O desenho com Temer na cabeça de chapa é visto pelos petistas como a única possibilidade de o PMDB abrir mão da vice-presidência – o pré-candidato peemedebista ao governo do Estado é o deputado Gabriel Chalita, que tem bom trânsito com o PT e deverá ser o novo ministro de Ciência e Tecnologia.

A operação de rifar a candidatura própria e apoiar um aliado reedita articulação frustrada de 2009 para tentar emplacar Ciro Gomes (PSB-CE), ex-ministro de Lula, candidato a governador de São Paulo. Na ocasião, o ex-ministro chegou a mudar seu título eleitoral do Ceará para São Paulo, mas o plano naufragou diante da resistência do PT paulista – e da falta de entusiasmo do próprio Ciro.

Mas, como em 2009, o apoio a aliados encontra resistência de setores do PT. O PMDB também não é grande entusiasta da articulação. Integrantes do partido ponderam que as chances de Temer se eleger governador numa disputa contra o tucano Geraldo Alckmin, pré-candidato à reeleição, são bem menores que as de se reeleger vice numa chapa de Dilma – isso se a economia melhorar, e a popularidade da petista não cair.

“Todas as soluções são possíveis. Lula já me disse que o fundamental é ganhar o governo do Estado. Vamos fazer um esforço muito grande para isso acontecer”, declarou o ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza, cotado para presidir o PT paulista. “A nossa prioridade é derrotar os tucanos em São Paulo. Para isso se configurar, não vamos medir esforços”, completou.

Para o líder da bancada petista na Assembleia, Alencar Santana, o partido tem de lançar um quadro próprio. “O PMDB com certeza é um aliado forte, mas hoje defendemos a candidatura de alguém do PT”, afirmou. “Por enquanto, não está no nosso horizonte não ter essa candidatura.”

A operação tem outro agravante. O PT pretende se aliar em 2014 com o PSD, de Gilberto Kassab, que pode ficar com a vaga para o Senado. Haveria, portanto, outro desgaste interno, dessa vez ao rifar a candidatura de Eduardo Suplicy à reeleição no Senado para dá-la ao PSD. O PT indicaria um nome para vice-governador na chapa do PMDB.

Ministros – Diante da dificuldade de viabilizar a operação, a saída pode ser lançar candidato um ministro petista de Dilma. Aí entram o veterano em disputas Aloizio Mercadante (Educação) e o novato em eleições Guido Mantega (Fazenda), além de Alexandre Padilha (Saúde), que perdeu gás nos últimos meses por, segundo petistas, faltar uma marca em sua gestão ministerial.

Um dos ministros mais fortes de Dilma hoje, Mercadante quer a indicação. Contra ele pesam as duas últimas derrotas, em 2006 e 2010, para o PSDB. Além disso, depois da vitória de Fernando Haddad na eleição municipal paulistana, Lula está convicto de que, se o candidato for mesmo petista, o nome deve ser novo do ponto de vista eleitoral.

Assim, sobram Padilha e Mantega. Embora não tenha criado sua marca, o ministro da Saúde não está fora do páreo. A atuação na tragédia de Santa Maria foi elogiada pelos petistas.

Sem respaldo partidário, Mantega seria uma experiência à la Dilma e Haddad, ou seja, dependeria do esforço e articulação pessoal de Lula. A favor dele está o perfil de professor universitário, palatável à classe média paulista, e o apoio de setores do empresariado. A direção do PT está ciente de que a operação só funcionaria se a economia estiver bem – o PIB de 2012, ainda a ser calculado, não deve ir além de 1%, e a tendência é que os anos Dilma tenham crescimento inferior ao da era Lula. O lançamento de Mantega teria outra vantagem: abriria a vaga no ministério, potencial alvo de mudanças na gestão Dilma.

Correndo por fora há ainda outros dois ministros: José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), próximo de Dilma, mas sem apoio de Lula, e Marta Suplicy (Cultura), preterida pelo ex-presidente na eleição para a Prefeitura em 2012, e que ainda enfrenta isolamento partidário.

Comando – Desde que Lula se elegeu presidente, a escolha dos candidatos do PT nas eleições mais estratégicas passou a ser feita por ele, o que levou ao abandono de práticas tradicionais, como as prévias. Na campanha de Haddad, Lula chegou a perguntar ao candidato se poderia ser o seu vice. A pergunta não foi em tom de brincadeira. Na ocasião, havia um impasse: Luiza Erundina (PSB) havia desistido da indicação em razão da aliança com Paulo Maluf (PP). Quando o assunto é eleição, o petista coloca todas as cartas na mesa.

Relacionadas

Comissão do Senado aprova redução de IR a taxistas e motoristas por aplicativo

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (23) o projeto de lei que traz redução no imposto de renda a...

Os indígenas são o esteio da nossa cultura, afirma Paulo José

O pré-candidato a prefeito Paulo José Correia (PSB) fez uma rápida visita à Aldeia Tadarimana nessa quarta-feira (17). A ida teve o objetivo de...

Senado começa a discutir nesta terça aumento de benefícios para juízes, promotores e defensores

O plenário do Senado começa a debater nesta terça-feira (23) a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que cria um novo benefício salarial para...

Nininho assume presidência das comissões de Agropecuária e de Revisão Territorial

O Núcleo Ambiental de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) finalizou nesta quarta-feira (17) a instalação das suas comissões permanentes e...

Pais reclamam de tempo de espera em PA Infantil e vereadores convocam secretária de Saúde para dar explicações

Nesta quarta-feira (24), a situação do Pronto Atendimento Infantil voltou a ser debatida na Câmara Municipal de Rondonópolis. A vereadora Kalynka Meirelles (PL) e...

Senado aprova regulamentação de pesquisa científica com seres humanos

O plenário do Senado Federal aprovou por votação simbólica, em regime de urgência, na terça-feira (23), o projeto de lei que cria regras para...

Governo de MT firma parceria com Ministério do Meio Ambiente e Mato Grosso do Sul para proteção do Pantanal

O Governo de Mato Grosso assinou, nesta quinta-feira (18), um termo de cooperação com o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e o...

Defesa de Bolsonaro pede ao STF anulação da operação que investiga suposto golpe de Estado

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira (18), representada pelo partido Progressistas, um pedido para anular a...

Avança no Senado a PEC que aumenta benefícios salariais para juízes, promotores e defensores

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou na quarta-feira (17) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um novo benefício...

Especiais

Últimas

Editoriais

Siga-nos

Mais Lidas