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Maduro diz nome de Chávez 200 vezes ao dia

Milhões de chavistas ainda lamentam a morte dele, e qualquer tentativa de minimizar ou ironizar a memória dele é algo muito delicado

Fonte: Da redação com Agência Brasil
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O herdeiro político de Hugo Chávez não perde nenhuma oportunidade de afirmar sua lealdade ao presidente socialista da Venezuela. Na verdade, foram 3.456 ocasiões em apenas 16 dias.

Esse é o número de vezes em que o presidente interino Nicolás Maduro já citou Chávez em discursos desde a morte do seu mentor, vítima de câncer, em 5 de março, segundo um site que faz essa contagem.

Isso significa mais de 200 vezes por dia, num esforço de Maduro para transformar a emoção despertada pela morte de Chávez em votos na eleição presidencial de 14 de abril, quando ele enfrentará o governador oposicionista Henrique Capriles.

“Se a nossa contagem é real? Sim, realmente dedicamos nosso tempo a perseguir -ou melhor, seguir- Maduro por rádio e TV, e assim poder levar as melhores estatísticas a você”, diz um texto introdutório do site madurodice.com (“maduro diz”) ao lado do gráfico que, em tom de gozação, mostra quantas vezes Maduro disse as palavras “Chávez”, “comandante” ou outras referências ao líder.

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O presidente interino da Venezuela, Nicolas Maduro, registra sua candidatura em 11 de março em Caracas (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

O site está chamando muita atenção durante a corrida eleitoral, especialmente entre os detratores de Maduro, que o acusam de usar o caixão de Chávez como acessório de propaganda política.

Milhões de chavistas ainda lamentam a morte dele, e qualquer tentativa de minimizar ou ironizar a memória dele é algo muito delicado.
O próprio Maduro se queixou nesta semana após ser acusado pela oposição de ser uma “não entidade” envolvendo-se inteiramente na imagem e nos símbolos de Chávez.

“Se não querem que digamos o nome de Chávez, cantemos e gritemos seu nome 1 milhão de vezes!”, declarou ele. “Se querem que esqueçamos Chávez, vamos levá-lo em nossos corações, nos muros, nas ruas, nas escolas e nas fábricas”, acrescentou Maduro em um discurso, enquanto a multidão gritava que “Chávez vive” e “a revolução continua”.

Um irônico observador dos assuntos venezuelanos, o analista financeiro Russ Dallen, disse que as constantes referências de Maduro a Chávez chegaram a ensejar um jogo etílico.

“Ouça uma ‘cadena’ (pronunciamento em cadeia de rádio e TV) e tome uma bebida cada vez que ele disser ‘Chávez'”, escreveu ele a clientes. “Infelizmente, não é bem um jogo -você fica bêbado nos primeiros 15 minutos!

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