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Especialistas alertam sobre infecção urinária feminina

Fonte: Da redação com Diario Web
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Há quem pense que urologista é médico apenas de homem. Mas essa é uma especialidade que não só também atende a mulher, como tem importante papel na hora da prevenção da saúde feminina. Na verdade, o urologista reúne todas as condições para identificar e tratar males diversos que possam afetar as vias urinárias, que podem se tornar uma fonte permanente de dor e desconforto, tais como: incontinência urinária, cálculos renais, cistite e infecção urinária, entre outros.

O uroginecologista Manoel João Batista Castello Girão, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), autor do livro “Ginecologia”(Ed. Manole), observa que, embora a incontinência urinária seja a maior queixa de consultório, ela não é uma condição perigosa ou de risco, mas pode levar à inatividade. “Em especial pode causar constrangimento higiênico e social”, diz. E ao contrário do que se possa imaginar, a perda involuntária de urina não é sintoma limitado apenas a mulheres idosas.

O médico afirma que vários estudos demonstram que mulheres jovens e sem filhos também sofrem de perda urinária ocasional durante suas atividades diárias. Tanto que de acordo com a Organização Mundial da Saúde há em torno de dez milhões de pessoas, ou seja, 5% da população, vítimas da incontinência urinária.

A Sociedade Internacional de Continência (ICS, sigla em inglês) reforça que este é um dos problemas mais comuns a afetar a vida da mulher, embora também ocorra nos homens. Muitas mulheres têm o problema diagnosticado pelo próprio ginecologista, que pode fazer o encaminhamento ao urologista, a fim de que, por meio de exames específicos, ele possa identificar se há alguma alteração na bexiga, vagina e no útero, e outros distúrbios urinários.

Higiene adequada ajuda na prevenção de cistite

Já a infecção das vias urinárias, mais conhecida como cistite, que pode acontecer em qualquer época do ano, registra maior incidência durante o verão. Segundo o cirurgião urológico Caio Cintra, da Santa Casa de Ciências Médicas, de São Paulo, isso se deve a maior exposição a atividades como ir à praia, ao clube… “Com a mudança de rotina, muitas pessoas reduzem a quantidade de líquidos ingeridos e mudam o hábito de urinar. O ideal é que as pessoas não segurem a urina por muito tempo.
Esse comportamento aumenta o risco de desenvolver cistite”, diz.
Cintra também alerta para a importância da higienização adequada como forma preventiva de não contrair a doença. O médico reforça ainda que é preciso manter os mesmos hábitos diários ao longo de todo o ano. Além disso, lembra que a alimentação é um dos fatores mais importantes, pois as alterações radicais na dieta causam mudanças no organismo.

Segundo o urologista Rui Nogueira Barbosa, chefe de Urologia do Hospital Beneficência Portuguesa, de Rio Preto, é importante, no ato de urinar, tentar esvaziar completamente a bexiga, “pois a permanência de resíduo, mais a somatória da anatomia com uretra curta e a proximidade do ânus ao canal da urina, facilita o risco de infecções”, alerta.

De acordo com dados estatísticos da Sociedade Brasileira de Urologia, a expectativa é que cerca de 8 milhões de mulheres procurem tratamento contra a cistite este ano. Segundo o urologista Miguel Zerati Filho, do Instituto de Urologia e Nefrologia de Rio Preto, a incidência desta doença em mulheres é bastante elevada. A cada 10 pacientes, pelo menos uma tem cistite.

Trata-se de uma infecção da bexiga causada por bactérias. Embora aparentemente simples, pode causar complicações clínicas se não for tratada e diagnosticada adequadamente. O médico afirma que as infecções das vias urinárias continuam a ser uma causa importante de hospitalização no Brasil.

De 10 a 20% das mulheres têm cistite pelo menos uma vez na vida. A cistite no sexo masculino é menos frequente, porque a uretra do homem é mais longa e de difícil penetração para as bactérias. Quando acontecem casos de cistite masculina, em geral, estão ligados a fatores internos, e também devem ser tratados imediatamente.

‘Bexiga solta’ causa desconforto

De acordo com um estudo realizado pela equipe de uroginecologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em média, a incontinência urinária, afeta a vida de 10% a 56% das mulheres com idades entre 15 e 64 anos, número que pode variar de acordo com a população estudada.
Mas mesmo com esta elevada prevalência, apenas um quarto das mulheres procura ajuda médica para tratar o problema. Algo que, segundo o urologista Rui Nogueira Barbosa, está intimamente ligado ao sentimento de vergonha que a pessoa tem de buscar ajuda por ter de admitir o problema.

O médico reconhece que elas só buscam ajuda quando a perda de urina chega ao ponto de obrigar a mulher a usar tampões que precisam ser trocados ao longo do dia. Barbosa observa que isso ocorre muitas vezes devido à flacidez do períneo, ao número de partos que a mulher teve e também à existência de cirurgias pélvicas.

A perda urinária costuma acontecer quando a pessoa tosse ou espirra. Segundo o urologista, boa parte do problema pode ser solucionada com a ajuda da fisioterapia, às vezes associada ao uso de medicação. Porém, isso só se realiza quando se busca ajuda precoce. Do contrário, somente o tratamento cirúrgico – que implica na colocação de um anel para ajudar a conter a perda de urina – dá solução.

Denominado de “sling”, o anel é colocado para tracionar e sustentar a uretra. “O exame feito para confirmar a necessidade deste recurso é chamado de urodinâmica”, diz. O teste urodinâmico é um dos mais precisos para o diagnóstico da incontinência. Consiste na introdução de uma sonda com eletrodos na uretra da mulher, que, ligada a um computador, possibilita por registros gráficos revelar se existe problema anatômico, como flacidez dos músculos do assoalho pélvico, ou se há alterações na transmissão nervosa para a contração dos músculos da bexiga, do períneo e da uretra. É um exame indolor, e não requer anestesia.

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