Por definição, as crianças são mais capazes de aprender e se adaptar às condições e exigências do ambiente em que vivem. Hoje, o ambiente está dividido em dois: real e virtual. As crianças de hoje já nascem conectadas, não há opção. Elas curtem sites, jogos eletrônicos e redes sociais. Com a facilidade dos tablets, smartphones, laptops e DVDs portáteis, a tecnologia está acessível a qualquer hora e lugar. Em festas, restaurantes e eventos é comum ver os pequenos ligados no mundinho digital, ao invés de brincar e interagir entre eles.
As crianças, muitas vezes, sabem lidar com o computador e internet bem melhor que seus próprios pais. Como é o caso de Igor Francisconi Guimarães, de cinco anos. Ele é apaixonado em jogar em seu tablet. Tão pequeno, Igor conta que conheceu o equipamento através da sua vó. “Gostei muito e dei minhas economias para ela comprar um pra mim. Gosto de jogar jogos interativos nele”, conta o garoto que não perde a oportunidade em dizer que tenta ensinar sua mãe a jogar no tablete, mas ela não aprendeu ainda.
Cláudia Francisconi, mãe de Igor, diz que controla o tempo dos jogos dele. “Além de controlar, busco observar o que ele faz na internet e qual jogo ele está jogando. Além de que busco sempre incentivá-lo a brincar com outras atividades e a prática esportiva para ampliar o contato com outras crianças”, conta.
A psicóloga Cristiane Aparecida Batalini de Souza destaca que o acompanhamento de perto por parte dos pais é fundamental. “Os riscos que a internet pode ter para as crianças são inúmeros e por isso os pais devem estar atentos e tomar sempre medidas de segurança com o uso da internet, além de ficar em alerta em quais sites seus filhos entram. Acredito que uma criança não deva usar sozinha a internet; sempre com a supervisão dos pais. Há muitos jogos que deixam as crianças mais agressivas. O excesso de internet pode deixar a criança mais isolada do mundo e das pessoas”, recomenda.
Além de fazer pesquisas para trabalhos escolares pela internet, as amigas Luana Stanga Coradini e Ana Clara Albernaz de 11 anos são loucas por produtos eletrônicos, sabem mexer em tudo, têm Orkut e Facebook e adoram brincar com jogos, ver vídeos no Youtube. Para evitar exageros, seus pais decidiram impor regras para as meninas, elas só podem ficar no computador uma hora por dia.
Segundo a psicóloga, cada criança tem um nível próprio de maturidade e os pais devem ficar atentos para saber qual é o nível de cada filho.
Os amigos Mateus Isaías e Marcos Garbúgio de 12 anos já marcam presença no Facebook. Eles entraram na rede desde os oito anos de idade. Hoje eles têm centenas de amigos virtuais. Mateus se comunica também pelo Twitter, acessa Youtube, onde acessa musicas, jogos virtuais, entre outros conteúdos.
Ainda de acordo com Cristiane, os pais devem orientar e sempre acompanhar os seus filhos enquanto eles utilizam o computador. “A orientação é o mais importante. Os pais devem conversar, manter um diálogo franco sobre vários assuntos e explicar a situação e os perigos. Hoje muitos pais tem medo de conversar sobre a internet, sexualidade, e outros assuntos com seus filhos. Isso acaba afastando os pais dos filhos, pois eles vão procurar saber as informações com outras pessoas”, aconselha a psicóloga.
Cristiane ressalta que hoje as crianças têm muito cedo acesso a celulares, iphones, tablets que navegam na internet. “Toda criança precisa brincar entre família, gastar energia. Pois uma criança que não tem atividade que gasta energia acaba tendo ansiedade e pode até gerar agressividade. Acompanhamento e controle são fundamentais”.