Pela televisão, Matheus Cunda viu dois conterrâneos serem pilares da seleção na conquista das três últimas medalhas olímpicas do masculino. Conforme o menino foi se desenvolvendo no esporte – exatamente na mesma função dos ídolos -, os méritos que via nos atletas da seleção foram se tornando metas pessoais. Um dos destaques do Brasil no Mundial sub-23, o jovem central hoje tem a oportunidade de enfrentar Gustavo e Lucão na Superliga. Com 2,08m e 22 anos, ele espera seguir o exemplo da dupla “quando crescer”.
Matheus começou a jogar vôlei no pátio no colégio e chegou à Ulbra em 2007 em seu primeiro passo para se tornar uma atleta profissional. Com passagens por clubes paulistas e seleções de base, ele foi contratado pelo São Bernardo em 2011. O trabalho com o técnico Rubinho no clube (já na terceira temporada) também se estendeu à seleção sub-23, que disputa nesta semana o primeiro Mundial da categoria, em Uberlândia. Um caminho que o meio de rede espera ser só o princípio de uma história vitoriosa.
– Me espelho muito no Gustavo Endres e no Lucão. São meus ídolos. Graças a Deus, hoje consigo jogar contra eles na Superliga e em outros campeonatos. Fico muito feliz de pensar que estou do outro lado da rede de um cara que eu via jogar quando era criança, que eu posso bloquear o cara que para mim é o melhor do mundo. Quando crescer quero ser igual a eles – brincou o torcedor do Grêmio.
No torneio em Minas Gerais, Matheus já marcou 38 pontos, sendo 25 de ataque, 12 de bloqueio e 1 de saque. Apesar da sintonia parecer fina com o levantador Thiago Veloso, os dois nunca haviam trabalhado juntos antes e tiveram poucas semanas de treino em parceria – a seleção sub-23 treinou no CT de Saquarema por cerca de um mês e meio, mas Thiago só se apresentou depois porque estava disputando o Mundial sub-21 na Turquia.
Além das repetições exaustivas dos movimentos durante os treinamentos, os dois também conversam bastante e assistem a vídeos para acertar melhor os detalhes.
– Tivemos pouco tempo juntos, mas foi feito um trabalho intensivo, com muito treinamento. O Rubinho está sempre puxando a gente, pedindo dedicação, vendo o ajuste de bola após o treino. Também vemos vídeos para poder falar como é melhor a bola. Vendo a imagem fica mais fácil de acertar, e é um recurso que temos que usar para dar certo.
Após folga nesta quinta-feira, Matheus, Thiago e companhia voltam à quadra nesta sexta-feira contra a Tunísia. Já garantido nas semifinais, o Brasil conquista o primeiro lugar na chave em caso de vitória. A partida será às 19h (horário de Brasília) desta sexta-feira, no ginásio do Sabiazinho. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
