Determinação e força de vontade. Palavras que resumem a trajetória no vôlei de duas irmãs de Juiz de Fora, Michelle e Danielle Marques. O amor pelo esporte fez com que as portas se abrissem para elas e novas oportunidades surgissem. Hoje, as garotas moram nos Estados Unidos, onde têm bolsas de estudo na University of Texas at Brownsville.
Michelle, a mais velha das irmãs, com 24 anos, começou a treinar aos 11 anos no Sport Club. A paixão aumentou quando Michelle passou a acompanhar a Liga Mundial de Vôlei pela televisão.
– Eu ficava deslumbrada com a habilidade, força e garra que os jogadores tinham. A partir daí decidi que queria ser uma jogadora de vôlei profissional – disse.
Danielle, de 21 anos, iniciou os treinamentos após descobrir um problema de saúde. A intenção era que o vôlei aliviasse os sintomas da doença.
– Também comecei no Sport Club. O interesse pelo esporte veio com a esperança de melhoras na asma e, como consequência, me apaixonei – comentou a atleta.
A primeira das meninas a ir para o exterior foi Michelle. A oportunidade veio com a indicação de um amigo. O antigo companheiro de quadra perguntou sobre o interesse da jovem em receber uma bolsa de estudos para jogar fora do Brasil.
– No momento respondi que sim, mas não acreditei muito. Porém, um tempo depois, recebi a ligação de uma técnica brasileira oferecendo a oportunidade de vir para os Estados Unidos fazer faculdade e representar a instituição no esporte.
Danielle seguiu para o país americano dois anos após a irmã. A jovem mantinha contato com os técnicos e a expectativa foi só aumentando, até que a oportunidade apareceu. Ao chegar, ela se surpreendeu com a disciplina e preparação física dos atletas.
– Desde que cheguei, os treinos físicos têm sido a parte mais difícil. Os americanos são também um exemplo de disciplina. Além disso, aqui as pessoas valorizam muito os atletas. Eu me sinto honrada, pois todos vêm até você para parabenizar e apreciar o trabalho – ressaltou Danielle.
Michelle também destacou a disciplina dos americanos, e ressaltou as diferenças existentes entre o vôlei nacional e o dos Estados Unidos.
– Em termos de voleibol, as diferenças são notáveis. O vôlei brasileiro reflete a nossa emoção, o sentimento pelo esporte, que é típico da nossa cultura. Os americanos, por outro lado, são extremamente disciplinados e não dão muito espaço para o sentimentalismo. Eles amam o vôlei tanto quanto nós, mas priorizam o metódo de jogar. Além disso, o incentivo aqui é muito maior, principalmente porque o esporte é diretamente ligado à educação – destacou Michelle.
Para os futuros atletas que sonham em conseguir sucesso no esporte, as meninas deixaram dicas:
– O esporte definitivamente abre muitas portas. Eu sei que isso soa como um mero clichê, mas a verdade e que quando você se dedica de corpo e alma, as oportunidades aparecem, seja dentro de quadra como um atleta profissional ou fora das quadras depois de aproveitar oportunidades acadêmicas e profissionais como as que eu e minha irmã estamos tendo.Tudo e uma questão de merecimento. Se o atleta se dedica ao esporte, a oportunidade de crescer aparece mais cedo ou mais tarde – enfatizou Michelle
– Eu diria para nunca desistir. Sempre persistir com determinação, disciplina e vontade que oportunidades surgirão e então serão bem sucedidos naquilo que tanto desejam. É claro que sempre haverá momentos ruins e momentos que irão fazer você pensar em desistir, mas são esses momentos que farão você crescer e ficar mais forte para aquilo que você tanto deseja – garantiu Danielle.