De um lado, Raymond Felton, Carmelo Anthony, Amar’e Stoudemire, Metta World Peace, Andrea Bargnani, Jr. Smith e Tyson Chandler. Do outro, Deron Williams, Paul Pierce, Joe Johnson, Jason Terry, Andrei Kirilenko, Brook Lopez e Kevin Garnett. Recheado de jogadores experientes e talentosos, New York Knicks e Brooklyn Nets começaram a temporada 2013/14 DA NBA cotados pelos especialistas, ao lado de Indiana Pacers e Chicago Bulls, como únicos adversários capazes de bater o poderoso bicampeão Miami Heat, dos astros Lebron James, Dwayne Wade e Chris Bosh na Conferência Leste. O que nem o mais pessimista morador da “Big Apple” poderia imaginar é que, com esses elencos, os dois representantes da cidade mais populosa dos Estados Unidos estariam entre as piores campanhas da NBA neste início de competição.
Se na teoria, o retrospecto de cinco triunfos e 12 derrotas do Brooklyn Nets, que venceu o Memphis Grizzilies por 97 a 88, no sábado, parece mais surpreendente, uma vez que o time do técnico Jason Kidd tem uma folha salarial de US$ 101 milhões (cerca de R$ 237, 350 milhões) – a maior da liga -, na tabela, a situação do primo rico da cidade é ainda mais preocupante. A equipe comandada por Mike Woodson, que somou sua nona derrota consecutiva na temporada diante do New Orleans Pelicans por 103 a 99, amarga a segunda pior campanha da Conferência Leste e a terceira da NBA, com apenas três vitórias e 13 resultados negativos.
A crise do basquete nova-iorquino passa pelas contusões de Deron Williams, que torceu o tornozelo e não joga desde o começo de novembro, e Tyson Chandler, que sofreu uma fratura na perna direita no início da temporada. Mas o problema vai muito além disso. Principalmente nos Knicks. Carmelo Anthony continua marcando seus pontos e é o segundo maior pontuador da liga, com uma média de 26,5 pontos, mas só isso não tem feito a diferença. Muito pelo contrário. Para os críticos, o time só tem uma maneira de jogar: em função do ala.
Talvez essa seja uma das explicações para a equipe ter o terceiro pior aproveitamento nos arremessos de quadra, com 42,1%, e o quarto nas bolas de três pontos, com 32,2%. Para piorar, Amar’e Stoudemire já não é o mesmo da época do Phoenix Suns. Após várias lesões, o ala-pivô de 31 anos, que permanece em quadra apenas 14,5 minutos por jogo, tem médias de 4,9 pontos, 2,8 rebotes e 0,7 assistências. Muito pouco para quem tem um dos maiores salários da franquia.
Outro ponto negativo dos Knicks neste início de temporada tem sido o desempenho de Jr. Smith. Eleito o melhor sexto homem da temporada passada, o explosivo ala apresenta o pior aproveitamento de sua carreira nos arremessos de quadra (33,1%). Sincero, o jogador reconheceu a má fase numa recente entrevista ao repórter Peter Botter, do jornal Daily News.
– Meu arremesso simplesmente não está entrando. São situações nas quais preciso procurar mais meus companheiros, deixá-los em boas posições de chutes e continuar tentando ir para a cesta. Mas uma coisa eu tenho certeza, não vou parar de arremessar – afirmou o camisa 8 dos Knicks, que aponta a cirurgia realizada no seu joelho esquerdo com um dos motivos para sua incrível queda de rendimento.
– Às vezes incomoda, mas tudo bem, eu continuo jogando. Preciso de tempo. Não sou de ficar dando desculpas, mas sei que tenho que jogar melhor. Se ele estivesse doendo tanto assim, eu não estaria jogando. Eu me coloquei à disposição e vou dar o meu máximo.
Do outro lado da cidade a campanha negativa de apenas cinco vitórias em 17 jogos já começa a ameaçar o emprego do técnico Jason Kidd. Há quem diga em Nova York que o ex-jogador tem sido responsabilizado pelos dirigentes dos Nets pelo péssimo início de temporada.
Um exemplo de que ninguém anda falando a mesma língua em Nova York foi dado pelo pivô Andray Blatche após a derrota sofrida diante do Houston Rockets, na sexta-feira. Zerado nos pouco mais de dez minutos em que esteve em quadra, o jogador desabafou.
– Muitos de nós estamos frustrado, envergonhados. Eu não sei os motivos. É difícil explicar – disse.
Com mais da metade da temporada pela frente, ainda é muito cedo para afirmar se as duas equipes de Nova York darão ou não a volta por cima na temporada. No entanto, uma coisa é certa. Na próxima quinta-feira, quando as duas equipes se enfrentam no clássico da cidade, no Barclays Center, a crise promete aumentar ainda mais em um dos dois lados da cidade.
Hoje, o Indiana Pacers lidera a Conferência Leste, com 16 vitórias e uma derrota, enquanto o Portland Trail Blazers e o San Antonio Spurs são os melhores times do Oeste, com campanhas de 14 vitórias e três derrotas.