Apesar de ter se tornado patrimônio público, a estátua ‘O Laçador’, não deve ser inaugurada pela Prefeitura de Rondonópolis até que a situação se resolva. A informação foi repassada à reportagem do Site AGORA MT, pelo procurador geral do Paço Municipal, Fabrício Miguel Corrêa, o qual também explicou que legalmente não existe possibilidades do artista receber pelo trabalho.
Conforme Fabrício, o processo que trata da escultura está sendo auditado no Tribunal de Contas do Estado (TCE), e isso impossibilita que qualquer pessoa possa mexer na obra sem um resultado final, mesmo que seja detalhe, isto é, a estátua deve continuar coberta e ‘pichada’ pelos próximos dias.
“Hoje a obra já é considerada patrimônio público, porque está construída em terreno da prefeitura e já foi parcialmente paga”, e acrescenta. “A alternativa seria a empreiteira devolver ao município o dinheiro já pago pelo Executivo, arcar sozinha com os custos da obra, saldar o artista e ainda fazer a doação da escultura para a cidade”, explica.
A estátua ‘O Laçador’ foi construída na rotatória da avenida Governador Júlio Campos, bairro Sagrada Família, com cunho de homenagear os gaúchos que vivem na cidade, porém em protesto, ela foi coberta de lona pelo o artista plástico Lázaro Borges que não recebeu pelo trabalho.
Lázaro Borges foi contratado pela empresa JP Construções para executar a obra. A ordem de serviço para a construção da estátua foi dada em 13 de dezembro de 2012, com um prazo de contrato de 90 dias. Em março de 2013, a obra ainda não havia sido concluída pelo artista, onde foi dado um prazo aditivo de 180.
Todos os prazos se esgotaram em setembro do ano passado e o trabalho ainda não havia sido concluído, fazendo com que o contrato fosse rescindido entre a prefeitura e a empreiteira responsável pela terceirização do artista.
O ARTISTA
Em entrevista ao Site AGORA MT, Lázaro disse que está aguardando, mas precisa receber pelo serviço. “Tive um problema de doença na família e por isso não terminei a obra a tempo. Eu preciso muito do dinheiro, mas vou aguardar até que a situação se resolva”, comenta.
OUTRO CASO
Há quase 20 anos, houve um caso semelhante na Capital. Na época o escultor Jonas Correia Neto, foi preso após jogar tinta preta na escultura símbolo da justiça “Deusa Themis”, que foi construída por ele em frente ao Fórum Cível.
Ele alegou que o protesto havia sido feito, porque só tinha recebido cerca de 70% do valor acordado, o artista não sabia que mesmo não recebendo, a estátua sendo feita sobre um terreno do governo, já se tornava patrimônio público.
Jonas foi liberado após pagar fiança.
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