A obra de construção do 1º parque Municipal Ecológico de Rondonópolis o Parque do Escondidinho, orçada em cerca de 3,8 milhões parou, e já tem quase dois anos. O motivo na época informado pela empresa responsável pelas obras, a Ensercom, era que alguns problemas no planejamento precisavam ser solucionados.
O Escondidinho teve seu projeto aprovado em 2005 e os recursos são provenientes de emendas Federais que chegaram em 2010. As obras tiveram início em 2012 com prazo para término de um ano, mas até hoje, dois anos depois, pouca coisa foi feita em alguns pontos, a terraplanagem que está comprometida.
Durante a visita da reportagem do AGORA MT a área, várias irregularidades foram flagradas. Os ‘baderneiros’ aproveitaram a ausência do Poder Público para estragar o pouco que já foi feito, além de comprometer a beleza que o lugar oferece. O complexo que foi semiconstruído está com infiltrações e algumas pessoas estão utilizando o local para usar entorpecentes. Já no rio, existem muito plástico às margens, cacos de vidros e roupas espalhadas pelo chão.
“Tem anos que ninguém meche aqui. Na parte do dia muitas pessoas tomam banho no rio, mas é perigoso porque em alguns pontos o córrego forma poços fundos. À noite o risco é maior, tem gente utilizado o local para usar drogas e fazer outras coisas. Tinha um guarda que cuidava, mas o comentário por aqui é que ele não estava recebendo e deixou tudo para traz. Chegaram a atear fogo até depósito que a empreiteira tinha construído para guardar as ferramentas”, narra à moradora, Hélida Alves da Silva, que teme que algo perigoso aconteça no local.
Em 2013, o engenheiro responsável pela empresa, Estevão Damião de Almeida Esposito, explicou que a paralisação das obras aconteceu porque a demolição de algumas casas existentes no local era de responsabilidade da prefeitura, mas eles deixaram por conta da empreiteira e agora houve uma diferença no orçamento porque a empreiteira fez o serviço.
“A reprogramação do orçamento já foi mandada para análise da Caixa Econômica Federal (CEF), mas eles julgaram incabíveis. A diferença no valor não passa de 10% do total, porém se o problema não for resolvido nada poderá ser feito.” afirmou Esposito em outubro do ano passado.
Conforme a placa, a obra está orçada em 3,875 milhões, destes 3,705 estão garantidos pelo Ministério do Turismo, através de emendas Federais e conforme mostra o Portal da Transparência da União, mais de 300 mil já foram repassados ao Paço Municipal, inclusive o último montante entregue aconteceu em dezembro de 2013, onde na ocasião foi destinado cerca de R$ 25 mil.
O vereador Adonias Fernandes (PMDB) chegou a cobrar na tribuna da Câmara Municipal no mês passado que existe uma dificuldade de comunicação na Caixa Econômica.
“Tudo temos que ir a Cuiabá resolver, a Caixa tem que descentralizar estes serviços para Rondonópolis, a Prefeitura precisa colocar uma pessoa para cobrar e com rigor, pois isso gera um custo”, apontou Adonias.
O PARQUE
No total, o bosque possui 54,5 hectares de extensão, onde parte foi destinada a área recreativa com pista de caminhada, mirante, quadras poliesportivas, campos de areia, lagoa com ponte pênsil e quiosques e outra será voltada para a área de pesquisa escolar e científica.
O nome Escondidinho é uma homenagem ao córrego que passa ao lado da área e foi dado no intuito de reforçar a necessidade de preservação das margens do córrego. Se pronto, o bosque seria mais uma opção de lazer aos Rondonopolitanos além de propiciar o turismo do município.
OUTRO LADO
Em entrevista a equipe do Site AGORA MT o secretário municipal de Infraestrutura, Melquiades Neto, tentou amenizar a situação dizendo que ainda depende da Caixa Econômica. “Os serviços tiveram que ser paralisados porque nesta época chove muito, o que dificulta o trabalho de terraplanagem. Na semana que vem teremos uma resposta oficial sobre o assunto”, disfarça o secretário.