A origem da denúncia que motivou a Operação Ararath foi feita pela ex-mulher de um dos envolvidos Karina Peres. Ela foi casada com o empresário Gércio Mendonça Júnior dono das empresas Amazônia Petróleo (postos de combustíveis) e Globo Fomento (factoring), entre outras.
Em entrevista a Folha de São Paulo, Karina usou a seguinte frase para se definir em relação à operação “Sou um arquivo vivo”. Para a Polícia Federal que está encabeçando as investigações, as empresas envolvidas no esquema funcionavam como uma espécie de “banco clandestino”, abastecido por empréstimos privados fraudulentos e dinheiro público desviado.
No início deste ano, mais precisamente em fevereiro, Mendonça Jr. resolveu colaborar com a apuração, após a PF reunir uma série de provas de enriquecimento ilícito e de crimes financeiros supostamente praticados por ele. Agora presta informações em regime de delação premiada (em troca de benefícios na acusação) já disse, por exemplo, ter emprestado R$ 4 milhões para a campanha de Barbosa em 2010.
Quase oito anos antes, em agosto de 2006, o empresário já era alvo de denúncias de Karina. Ela procurou a Polícia Civil de MT logo após se separar de Mendonça Jr., com quem havia se casado em 2004.
Naquela época, Karina, conhecida pelo trabalho como colunista social em Cuiabá, associou o nome do ex-marido a “operações ilegais de lavagem de dinheiro”. Acionado, o Ministério Público do Estado remeteu o caso à Procuradoria da República em 2007, após encontrar indícios de crimes financeiros, de alçada federal.
A Polícia Federal abriu inquérito em 2010 e ouviu Karina em novembro daquele ano, quando ela apontou, segundo relatório da PF, “relacionamentos suspeitos” do ex-marido com “políticos do alto escalão” de MT. Também indicou supostos “laranjas” do empresário.
Segundo a PF, apenas a conta pessoal e de quatro empresas de Mendonça Jr. movimentaram mais de R$ 500 milhões de 2004 a 2010.
OUTRO LADO
Em nota divulgada por seus advogados, Mendonça Jr. apenas confirmou que está colaborando com as investigações. Disse que por condições do termo de colaboração e para “resguardar sua honra e de sua família” não irá se pronunciar sobre o caso por meio da imprensa.