Em meio a corredores apertados, bancas e mais bancas de roupas e acessórios e preços tentadores, a cena seria comum se não fosse motivo da indignação de comerciantes locais. A feira da madruga ou feira do Brás que aconteceu de Sexta a Domingo (16 a 19), no centro de eventos da igreja Luterana, movimentou cerca de 200 mil reais, segundo dados apresentados pela Associação de Comerciantes de Primavera do Leste ACIPLE, dados estes fornecidos como base na arrecadação da Tradicional Feira Queima de Estoque da ACIPLE.
Estaniel Pascoal Presidente da Câmara dos vereadores e também comerciante, declarou que recebeu inúmeras ligações e foi procurado por comerciantes descontentes com o evento. “Falo como comerciante e representante do povo, estive na feira e constatei que não estavam fornecendo nota fiscal dos produtos aos compradores.” O presidente destacou ainda “ não podemos deixar que cenas como estas aconteçam em nossa cidade, pois quem deve ser valorizado é o comerciante local que gera emprego, renda e paga impostos em nossa cidade.”- ressaltou.
Segundo a diretora executiva ACIPLE, Cátia Simone Santana, a associação e sua diretoria, protagonizou uma verdadeira saga, ao saberem da instalação da feira na cidade. “Entramos em contato com a prefeitura, a secretária de fazenda explicou a liberação do alvará, que por ela não teria liberado mas não tinha meios de impedir, só foi pedido a liberação e alvará para o evento. Em seguida entramos em contato com agência fazendária de Primavera do Leste , que nós encaminhou para, Superintendência de Atendimento ao Contribuinte- SUAC em Cuiabá.” – declarou a diretora, que disse ainda ter enviado inúmeros e-mails para SUAC, cobrando providências em relação ao assunto.
Em meio a todo processo, a diretora executiva ACIPLE, ressaltou ainda que uma das funcionárias da associação foi ao local, comprou uma mercadoria e exigiu nota fiscal, que não foi fornecida sob a alegação que todos se tratavam de empreendedores individuais. “Por mais que estes comerciantes sejam empreendedores individuais, o que os isenta do fornecimento de notas, precisávamos saber a procedências dessa mercadorias, pelo CNPJ da mercadoria comprada, constatamos que os produtos foram adquiridos em São Paulo, o que obriga estes vendedores a apresentarem, a declaração comprovando que todos os impostos de barreiras para entrada e comercialização no estado foram pagos”. Explicou Cátia Simone Santana.
A diretora executiva ACIPLE, justificou também, que após todo processo, a associação procurou o setor de fiscalização da Prefeitura, “entramos em contato com setor de fiscalização da prefeitura, o procedimento era ir ao local, e solicitar as notas de entrada de mercadoria no estado”, explicou. Diante dos inúmeros encargos, impostos e legalidade exigida aos comerciantes de Primavera do Leste Cátia Simone Santana declarou “Precisamos fazer uma reformulação para concessão de alvará, os comerciantes são os principais lesados em situações como estas” comentou.
A indignação não é só por parte da associação, os comerciantes também se manifestaram, este é o caso de Maria Madalena Zanatta, comerciante em Primavera do Leste há 30 anos. “Essas pessoas não podem vir pegar o dinheiro de Primavera e levar embora, nós comerciantes investimos em Primavera, geramos empregos, pagamos impostos, nosso dinheiro fica aqui. Colocaram em 3 rádios anúncios e um carro na rua chamando para comprar eu fiquei indignada, esperamos que isso não aconteça mais.” -finalizou Maria Madalena Zanatta.