Presidiárias da penitenciária feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, estão utilizando a internet para postar fotos sensuais nas redes sociais. Além das imagens, que incluíam até mesmo fotos nuas, as detentas utilizam a rede para se comunicar com presos em outras unidades.
As postagens eram realizadas através de celulares e dispositivos móveis. Para que não sejam identificadas, as presas utilizavam nomes fictícios e pseudônimos.
Um das detentas, identificada como E.C.O., de 30 anos, utilizava o pseudônimo de Kayte Sorra Magalhães na rede social Facebook. Ela tenta não chamar muito atenção em seu perfil para não alertar a força policial. Mesmo assim, nas fotos revelam claramente os boxes das celas.
Ela foi identificada por ter participado de um latrocínio, roubo seguido de morte, do ex-diretor do Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa, Pedro Dornelas Netto, no ano de 2006 e foi sentenciada a 17 anos de prisão.
Na ocasião, Dornelas foi amarrado em uma árvore e assassinado a golpes de faca e pauladas. Os criminosos haviam roubado R$ 1,3 mil da vítima e ainda tentaram sacar dinheiro de um caixa eletrônico com o cartão da mesma. Ela chegou a cumprir pena em regime semiaberto em 2010, porém perdeu o benefício em 2011 por má conduta.
No perfil de Kayte outras detentas estão adicionadas. Elas não mantém a mesma discrição e posam para fotos em poses sensuais e eróticas. Até mesmo topless foram publicados nas redes sociais. Nas páginas também existem conteúdos em apoio às facções criminosas Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital, originárias do Rio de Janeiro e São Paulo.
Em uma das fotos, um usuário questiona se a ela estaria na prisão e pergunta e se conhecia o pessoal do “Pascolzinho” (Penitenciária Central do Estado). Em outra foto ela é xingada por ter cometido o crime e mesmo presa acessar a internet como se nada houvesse acontecido.
Não é de hoje que os presídios da Capital registram este tipo de atividade. No final de 2013, presos da Penitenciária Central do Estado foram flagrados atualizando o status no Facebook com fotos que mostravam eles jogando vídeo game, dormindo e consumindo entorpecentes.
A assessoria da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou que está realizando uma varredura completa na unidade para descobrir qualquer tipo de aparelho com o acesso à internet. A assessoria informou que a equipe de Inteligência da Polícia Civil está investigando as informações para identificar se as usuárias pertencem ao sistema penitenciário mato-grossense.
Caso a situação se confirme, elas serão encaminhadas para a Justiça definir punições que vão desde a perda de benefícios até o agravamento da pena.