Exatos 1.500 cachorros da Vila Olinda, Pedra 90 e do Jardim Ana Carla recebem nos próximos três meses coleiras que podem repelir o mosquito palha – vetor da Leishmaniose. O encoleiramento iniciou nesta segunda-feira (2), com técnicos do Centro de Controle de Zoonoses – CCZ.D
O projeto é resultado de uma tese de doutorado e funciona de maneira experimental em oito municípios no Brasil, do qual Rondonópolis foi um dos escolhidos pelo Ministério da Saúde. A FioCruz é quem desenvolve o estudo, que deve durar 18 meses em todo o seu ciclo.
A proposta, de acordo com o gerente do Departamento de Saúde Coletiva, Edgar Prates, é definir a eficácia ou não das coleiras em solo rondonopolitano, num estudo comparativo entre animais com coleira e sem coleiras.
“Ao todo são três mil cachorros que serão analisados em nosso Município. Assim que recebem a coleira, estes animais têm o sangue coletado, são cadastrados e o material é enviado à análise. Paralelamente a isso, outros 1.500 cães dos bairros Rui Barbosa e Tancredo Neves ficarão sem coleiras, mas, também, serão cadastrados e terão coleta de sangue. A ideia é criar de seis em seis meses um relatório comparativo entre os dois grupos”, disse.
A coordenadora da Vigilância Ambiental e do CCZ de Rondonópolis, Fátima Melo, acompanhou, ao lado do veterinário Marcelo Oliveira, as primeiras coletas feitas na Vila Olinda, na manhã desta segunda-feira. Fátima explica que, se executar bem o que é proposto, o Município entra num rol de prioridade de investimentos do Governo Federal, em caso de eficácia comprovada do material.
“No fim destes 18 meses de análise, nós já deveremos receber novas coleiras, que nos possibilitará expandir o trabalho para outros bairros. Se ficar comprovado que esta imunização realmente funciona, certamente, por termos participado dos estudos e fazermos parte de uma área endêmica, receberemos os primeiros lotes que o governo disponibilizar”, estima Fátima.
Apesar de ser uma parceria, toda execução do projeto ficou a cargo do CCZ e ao Governo Federal a responsabilidade de ceder as coleiras, além de analisar os dados.
RISCO
Por ser uma zoonose, a leishmaniose, também, contamina seres humanos, e pode ser letal. Rondonópolis registrou nos últimos sete anos 16 óbitos de pessoas motivados pela doença.