Por sete votos a favor e dois contra, a Câmara Municipal de Guiratinga, abriu durante a sessão desta segunda-feira (02), sua 1ª Comissão Parlamentar Investigativa (CPI) da história do município. Se comprovado alguma irregularidade, o prefeito Helio Antonio Filipin Goulart (DEM) pode ter seu mandato cassado. Conforme o documento, Hélio é acusado de ter comprado sem licitação uma cascalheira ao lado de sua fazenda e de ter arrumado uma estrada estadual para benefício próprio.
De acordo com o vereador que protocolou a denúncia, Luiz Mário Pires de Araújo (SDD), o Tribunal de Contas já havia dado um parecer negativo pela compra feita pelo prefeito Hélio Goulart. “Ele alegou que como não havia outras cascalheiras na região fez a compra. O que é mentira, pois na nossa região tem várias”, falou.
Ainda de acordo com o vereador Luiz Mário, que também é presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, a CPI segue outra linha de investigação.
“Além da compra irregular, o uso também está sendo incorreto. Esse cascalho que deveria ser usado para arrumar ruas municipais e estrada vicinais está sendo utilizado na MT-260, tudo em benefício do próprio prefeito para escoar sua safra já que é o maior sojicultor da região”, denunciou.
Hélio Goulart já esteve envolvido em vários escândalos. Ainda em 2012, Hélio foi acionado pelo Ministério Público Federal depois que 42 pacotes, avaliados em R$ 11 mil, com 500 gramas da substância ilícita Guapo, foram encontradas no depósito da fazenda Mesa Vermelha, de propriedade do gestor.
Neste ano, Hélio chegou a perseguir e ameaçar um jornalista local que estava denunciando outras falhas. O Ministério Público Estadual já atuou inúmeras vezes contra o prefeito, firmando Termos de Ajustamentos de Conduta (TAC). Fato também divulgado com exclusividade pelo Site AGORA MATO GROSSO. (Veja Aqui).
“Ele é muito truculento e pensa que pode dominar nossa cidade, mas não é desse jeito, existem leis, que serão cumpridas”, finaliza Luiz Mário.
VOTOS
Apenas duas parlamentares decidiram votar contra a abertura da CPI, a vereadora Maria das Graças Bicalho , popular Nininha (DEM) e a líder do Executivo na Casa de Leis, vereadora Fabiana Rocha (DEM) ambas da base do prefeito.
“Acho que o prefeito não vai fazer coisa errada. Não sou contra a investigação, mas sugiro uma conversa antes”, disse a vereadora Nininha durante sua fala na sessão de ontem.
O presidente da Câmara, vereado Adão Alves de Camargo, o Adão do Gás, que também usou a tribuna informou que irá se pronunciar no decorrer da investigação.
OUTRO LADO
Em entrevista ao Site AGORA MATO GROSSO, o prefeito Hélio Goulart esclareceu as denúncias e informou que está tranquilo, que tudo não passa de ‘politicagem’. “Eu ainda não fui notificado, mas assim que recebermos oficialmente daremos entrada na defesa”, diz.
O prefeito informou que há alguns anos sua família fez uma doação de uma cascalheira ao município e que havia apenas duas na região.
“É uma compra estratégica, de duas era a única que estava a venda. Cascalhamos a estrada para retirar o material e não por proveito próprio”, explicou.
Hélio Goulart afirmou também que o valor pago por quatro hectares de cascalho após negociações foi de R$ 40 mil, mas o preço inicial era R$ 100 mil.